MPAM pede bloqueio de R$ 2,5 milhões das contas de Rosinaldo Bual por suposto esquema de rachadinha

(Foto: Divulgação/ MPAM)
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pediu o bloqueio de R$ 2,5 milhões das contas do vereador Rosinaldo Bual (Agir), preso nesta sexta-feira (03/10) durante a Operação Face Oculta. A ação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e apreendeu uma quantia expressiva em dinheiro, três cofres, dois cheques de R$ 500 mil e uma arma de fogo.
Segundo o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Leonardo Tupinambá, o montante apreendido foi tão alto que foi necessário o uso de uma máquina bancária para a contagem.
“Hoje nós apreendemos três cofres nos endereços em que nós cumprimos as buscas, dois cheques no valor de 500 mil reais endereçados a um dos investigados, uma expressiva quantia em dinheiro que a gente ainda está contando hoje com o auxílio de uma daquelas máquinas do Banco Bradesco que nos auxiliou hoje”, iniciou.
Além da prisão do parlamentar, uma de suas assessoras também foi presa. O MPAM investiga crimes de peculato, concussão, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Conforme Tupinambá, a denúncia ainda não foi apresentada.
“Os crimes, investigadores apeculatam a concussão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Nós esperamos e estamos desejando que a denúncia já seja apresentada na semana que vem respeitando os prazos do nosso Código de Processo Penal”, prosseguiu.
Esquema da rachadinha
De acordo com o MP, o vereador mantinha um esquema de rachadinha com alta rotatividade de servidores no gabinete. Aproximadamente 50 pessoas foram contratadas e dispensadas, com até metade dos salários devolvida ao parlamentar por meio de intermediários.
“Olha, ele tinha uma alta rotatividade entre os funcionários que eram contratados pelo gabinete. Nos nossos documentos aqui nós identificamos aproximadamente 50 funcionários que até metade do salário deveriam ser retornados a ele. O dinheiro ia, primeiramente, para 4 ou 5 pessoas da equipe dele e depois eram revertidos em benefício do parlamentar”, afirma.
Participação de assessores
O procurador também afirmou que uma servidora de confiança era responsável por articular o recebimento e a distribuição dos valores. O nome dela não foi divulgado. “Ela era uma das que articulava todo o recebimento de valores e a distribuição.”
Leia mais:
Meio milhão em cheques e dinheiro vivo são encontrados nos cofres do vereador Rosinaldo Bual
Saiba quem é Rosinaldo Bual, vereador preso por suspeita de rachadinha em Manaus
Investigação em andamento
Ainda de acordo com o MP, não há indícios de envolvimento de outros vereadores e que a apuração está concentrada no atual mandato de Bual. Também não foi identificada ligação com tráfico de drogas.
“Outra coisa que eu queria apenas esclarecer aqui, que eu vi hoje durante o dia: essa investigação não trata de tráfico de drogas, tá bom? […] A nossa investigação de hoje diz especificamente em relação ao réu de hoje, não envolve nenhum outro vereador”
Rosinaldo Bual também foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de uso permitido.
