Uma nova pesquisa divulgada nesta quinta-feira (1º/05) pela AtlasIntel revela o desgaste da imagem do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), em meio ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o levantamento, 85,3% dos brasileiros defendem a demissão de Lupi pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante da crise envolvendo descontos indevidos em aposentadorias.
O INSS, faz parte do Ministério da Previdência, tornou-se alvo de investigações a partir de dezembro de 2023, revelarem um esquema de cobranças irregulares feitas por entidades registradas em nome de laranjas. As denúncias provocaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF), que busca responsabilizar os envolvidos no golpe que prejudicou aposentados em todo o país.

Embora o ministro Carlos Lupi não seja citado diretamente no inquérito, ele reconheceu nos últimos dias que já tinha conhecimento sobre as denúncias de irregularidades no INSS. A omissão em tomar providências efetivas gerou grande repercussão negativa entre a população e nos bastidores do Palácio do Planalto.
A pesquisa da AtlasIntel mostra que o escândalo já está no radar da maioria da população: 84,4% dos entrevistados afirmaram estar cientes e acompanhando o caso de forma constante. Apenas 15,6% disseram saber pouco ou quase nada sobre a situação.

O levantamento foi feito entre os dias 29 de abril e 1º de maio, com uma amostra de 1.000 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
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Outro dado relevante do estudo é o impacto direto do esquema fraudulento na vida dos brasileiros. 35,6% dos entrevistados disseram conhecer alguma vítima dos descontos indevidos aplicados nos benefícios do INSS. Já 6,4% afirmaram ter sido diretamente afetados pelas fraudes. Por outro lado, 58% disseram não ter sido impactados nem conhecer vítimas do golpe.
Governo tenta segurar Carlos Lupi
Apesar da ampla rejeição popular, o Palácio do Planalto ainda sinaliza a manutenção de Carlos Lupi no cargo. A decisão, no entanto, está cada vez mais condicionada à forma como o ministro lida com a crise pública.
Nesta quinta-feira (1º/5), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), admitiu que a permanência de Lupi depende de uma avaliação política.
“A continuidade do ministro vai muitas vezes de uma avaliação política e não se ele tem culpa ou não. E vai também do próprio ministro avaliar se tem condições de dar resposta. É uma decisão política”, afirmou Marinho.
Nos bastidores, integrantes do núcleo político do governo Lula demonstram insatisfação com a reação de Carlos Lupi, considerada insuficiente diante da gravidade do escândalo.
