A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) chamou três funcionários do órgão em Miami (EUA) para prestar esclarecimentos dos supostos desvios de conduta do general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid. O general indicado para comandar a Apex no governo do ex-presidente Bolsonaro teria usado a estrutura da agência para tratar de planos golpistas.
Mesmo após deixar o cargo, o general Lourena Cid ainda voltou algumas vezes ao escritório em Miami, com o objetivo de apagar informações do celular corporativo e de computadores da Apex.
Os funcionários convidados para dar explicações são: Michael Rinelli, analista de investimentos, Fernando Spohr, representante da Apex-Miami, e Paola Bueno, integrante da área de recursos humanos.
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Fernando ficou como chefe-interino do escritório quando o general deixou o cargo e ele e Paola teriam permitido que Lourena Cid visitasse o local.
Já Rinelli é descrito como alguém que era próximo ao general, por ter um passado no Exército e alguém que o militar levava para diversas agendas e compromissos.
Pessoas próximas a Rinelli afirmam que no início de 2023 ele teria buscado se afastar do general e começou a relatar a colegas que o militar era “golpista”.
Em março, um funcionário da agência foi demitido uma semana antes da visita do presidente da Apex Brasil, Jorge Viana. Esse funcionário escreveu uma carta com os relatos dos desvios de conduta dos funcionários e da gestão do general Cid.
Todos os três devem ser ouvidos na sede da agência, em Brasília, Distrito Federal, já na próxima semana. Integrantes da agência dizem que a apuração é feita com cautela e prudência, dando direito a todos de responder aos questionamentos.