Na sessão extraordinária de hoje, 15, na Câmara Municipal de Manaus, um momento tenso aconteceu quando o vereador Eduardo Alfaia (PMN) acusou o vereador Amom Mandel (Cidadania) de assédio moral contra duas servidoras da casa. Segundo Alfaia, Mandel teria agredido verbalmente as servidoras pelo telefone.
Em sua fala no plenário, Alfaia afirmou:
“No intervalo da sessão tive a oportunidade desagradável de ouvir um relato triste aqui na Câmara por parte de duas servidoras da casa: Karen Tiúba e Kelly Holanda, nossa diretora de informática. Karen não conseguia falar uma única frase completa, tomada por um choro. Ela recebeu ligação de um dos vereadores e ouviu ‘tu sabes que amanhã terminam as reuniões em plenário. Se tu não receberes os meus requerimentos, vai ser ver comigo’.
Quero repudiar esses ataques, essa postura machista por parte do vereador Amom Mandel. V. Exca. não é maior nem melhor que ninguém. Ninguém merece isso. Episódios machistas, misóginos, precisam ser banidos da nossa sociedade”.
Ao mencionar o nome do colega, Alfaia foi aplaudido por alguns presentes na sessão.
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Pouco depois, o próprio Amom falou no plenário e deu a sua versão do fato:
“Nunca fui nem nunca serei contra nenhum ser humano por questão de gênero, cor, raça ou sexualidade. Sempre me pautei pela seriedade. De fato, interfonei hoje para a servidora, mas para cobrar que o trabalho, que é de competência dela, fosse feito. Várias vezes atestei aqui uma possível discriminação na inclusão da pauta para com projetos de lei de minha autoria, em termos de recebimento através do sistema. Informei que gostaria que o trabalho de todos os servidores fosse feito da forma correta, e que se não fosse, iria sim às vias legais. Isso não é ameaça, é dever meu enquanto parlamentar e dever de todos aqui.
Se há alguma reclamação quanto a assédio ou agressão, solicito inclusive que sejam feitos os devidos trâmites, que a levem às comissões com as devidas provas e que seja feito um boletim de ocorrência. Sei que, quanto a mim, não há evidência em nenhum momento de carreira que impute a mim machismo, misoginia ou qualquer coisa do tipo”.
Amom Mandel fez história nas eleições deste ano ao se tornar o deputado federal mais votado, proporcionalmente, do Brasil com 288.555 votos (14,5% do total de votos válidos do Amazonas).