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AGU faz audiência nesta quarta com plataformas digitais após novas diretrizes da Meta

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A Advocacia-Geral da União (AGU) realiza nesta quarta-feira (22/01) uma audiência pública com o objetivo de estabelecer novas diretrizes para a moderação de conteúdo nas redes sociais. A iniciativa surge em um momento crítico, após a Meta, empresa responsável por plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciar recentes mudanças em suas políticas.

Ao todo, 41 pessoas físicas e jurídicas foram convidadas para falar na audiência. Entre eles estão os representantes de sete empresas do ramo das plataformas digitais: Discord, Alphabet (controladora das plataformas Google e Youtube), Kwai, LinkedIn, Meta, TikTok e X. Também foram convidadas agências de checagem como a Aos Fatos, Lupa e Sleeping Giants, associações jornalísticas como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e a Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas.

E ainda, entidades de defesa dos direitos humanos, como a Aliança Nacional Lgbt+, Repórteres Sem Fronteiras e a SaferNet também foram chamadas, bem como órgãos executivos como o Comitê Gestor da Internet e o Instituto de Defesa do Consumidor.

O ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, liderará a sessão ao lado de representantes de vários órgãos do governo, incluindo os Ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Fazenda e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

Confira a lista de convidados por ordem alfabética:

  1. Aliança LGBTQIA+
  2. Alphabet (Google/YouTube)
  3. Aos Fatos
  4. Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas
  5. Artigo 19
  6. Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
  7. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)
  8. Associação Nacional dos Travestis e Transexuais (Antra)
  9. BiaA Kira – Universidade de Sussex
  10. Coalizão Direitos na Rede
  11. Comprova
  12. Comitê Gestor da Internet
  13. Democracia em Xeque
  14. Discord
  15. Electronic Frontier Foundation (EFF)
  16. Fundação Getúlio Vargas – Diretoria de Análise de Políticas Públicas
  17. Gustavo Henrique Justino de Oliveira – USP/IDP
  18. Instituto Alana
  19. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – MCTI
  20. Instituto da Hora
  21. Instituto de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT DSI)
  22. Instituto de Defesa do Consumidor (Idec)
  23. Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS)
  24. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT DD)
  25. InternetLab
  26. Ivar Hartmann – Insper
  27. Kwai
  28. Labic – Laboratório de Internet e Ciência de Dados
  29. Laura Schertel – IDP
  30. Lupa
  31. LinkedIn
  32. Meta
  33. Netlab UFRJ
  34. Pública
  35. Repórteres Sem Fronteiras (RSF)
  36. SaferNet
  37. Sleeping Giants
  38. Sérgio Amadeu da Silveira – UFABC
  39. TikTok
  40. Vírgílio Augusto Fernandes Almeida -UFMG e Universidade Oxford
  41. X.com

Saiba mais:


Mudanças na política da Meta levantam preocupações

A Meta está no centro das discussões devido às recentes mudanças em suas políticas. A empresa encerrou o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos e implementou novas regras sobre “Conduta de Ódio”, agora adaptadas para a língua portuguesa. Entre as alterações mais polêmicas estão permissões para discursos preconceituosos baseados em gênero e orientação sexual, sob justificativas políticas, religiosas ou culturais.

A empresa informou, por exemplo, que permite “alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, bem como o uso comum e não literal de termos como esquisito”.

Por exemplo, a empresa permite publicações que defendem restrições de gênero em profissões baseadas em crenças religiosas.

“Também permitimos conteúdo similar relacionado à orientação sexual, desde que fundamentado em crenças religiosas”, detalhou a empresa.

Além disso, aceita o uso irônico ou satírico de expressões que, de outra forma, seriam consideradas violadoras das normas.

 “O conteúdo só será permitido se os elementos violadores dele forem sátiras ou atribuídos a algo ou alguém com o objetivo de zombar ou criticar”, diz o texto.

Meta-AGU
(Foto: Divulgação)

As mudanças da Meta atendem exigências do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, em relação ao funcionamento das redes sociais. O dono da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou, ainda, que irá se aliar a Trump contra países que criam regras para o funcionamento das plataformas.

A AGU expressou preocupação em relação às mudanças, ressaltando o impacto potencial sobre os direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.

“Alguns aspectos constantes no documento da Meta causam grave preocupação na AGU e em órgãos do governo federal. Especialmente a confirmação da alteração e adoção, no Brasil, da Política de Conduta de Ódio que, à toda evidência, pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, disse em nota.

 

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