A polícia aponta uma adolescente de 15 anos como a principal responsável por incentivar pela internet o autor do ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona Leste de São Paulo. O atentado ocorreu na manhã do último dia 23. Uma aluna morreu com um tiro na nunca à queima-roupa e outras duas ficaram feridas.
De acordo com as investigações, a menina trocou mensagens com o aluno de 16 anos por meio da plataforma Discord horas antes de ele entrar armado no colégio. Ele usou a arma do pai, um revólver calibre 38, e foi apreendido.
A Polícia Civil de São Paulo e o Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça identificaram que a menina integra o grupo de jovens que participava do servidor na plataforma online, onde o autor do ataque compartilhou seu plano e foi incentivado e instruído a executá-lo por esses integrantes. A maioria é menor de idade e, até momento, nenhum dos identificados mora em São Paulo.
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Na véspera do ataque, o adolescente enviou fotos da sala de aula, das escadas do colégio e pediu ajuda para definir a melhor estratégia para praticar o atentado. Ele recebeu instruções dos membros do grupo e prometeu fazer uma transmissão ao vivo, o que acabou não ocorrendo.
De acordo com as investigações, a adolescente de 15 anos suspeita de incentivar o ataque é conhecida nas chamadas “panelas” de Discord, como são intitulados os grupos fechados.
Discord bane grupos
Discord informou que excluiu o grupo em que o autor do ataque à Escola Estadual Sapopemba planejou o crime e recebeu instruções sobre o atentado. Segundo a plataforma, os integrantes promoviam a “glorificação de agressões físicas e sexuais”.
A plataforma informou que grupos com conteúdo semelhante também foram excluídos, sem especificar quais.
“Excluímos a conta do usuário, excluímos o servidor onde a conversa aconteceu, removemos o conteúdo relacionado e banimos ou avisamos outras contas envolvidas”, disse, em nota. “Continuamos a colaborar com as autoridades policiais, incluindo o compartilhamento de informações sobre contas associadas que ameaçam ou glorificam a violência”, completou.
Ainda na nota, o Discord diz que não recebeu denúncias sobre as trocas de mensagens que planejavam o atentado em São Paulo, por isso não pôde intervir. A plataforma afirma ter tomado iniciativa assim que teve conhecimento do caso.
“Não recebemos nenhuma denúncia de usuário ou informação de inteligência antes da ocorrência do incidente. Assim que nossa equipe de segurança tomou conhecimento da situação e obteve informações acionáveis, investigamos imediatamente e agimos em 20 minutos. Excluímos a conta do usuário, excluímos o servidor onde a conversa aconteceu, removemos o conteúdo relacionado e banimos ou avisamos outras contas envolvidas”, afirma o Discord.