Secretário diz que polícia vai apurar fraude processual por remoção de corpos na mata

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou em coletiva nesta quarta-feira (29/10) que será aberta uma investigação por fraude processual contra os envolvidos na remoção de corpos da área de mata no Complexo da Penha. Segundo ele, mais de 70 corpos foram retirados por moradores e levados para uma praça do bairro na manhã de hoje.

Na terça-feira (28), durante a megaoperação contra o Comando Vermelho, outros 58 corpos haviam sido recolhidos pela polícia, conforme informou Curi.

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, declarou que as forças de segurança não tinham conhecimento da presença dos corpos na mata, o que impediu qualquer tipo de auxílio imediato na remoção.

“Naquele momento, era impossível agir de outra forma sem colocar vidas em risco. A polícia sequer sabia da existência daqueles corpos”, explicou Santos.

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Corpos sem fardamento e roupas camufladas

Curi também chamou atenção para o fato de que os corpos foram despidos antes de serem levados à praça, o que, segundo ele, reforça indícios de adulteração da cena.

“É importante desfazer algumas narrativas. Esses indivíduos estavam equipados com roupas camufladas, coletes e armamentos. Agora, aparecem apenas de cueca ou bermuda, sem nada disso. Temos imagens que mostram pessoas retirando esses corpos da mata e os colocando nas ruas, após despí-los. A 22ª DP já abriu um inquérito para apurar o caso como possível fraude processual”, declarou.

Balanço atualizado da operação

O secretário ainda divulgou os números oficiais da operação:

121 mortos ao todo — sendo 4 policiais e 117 suspeitos de ligação com o tráfico;
113 presos, dos quais 33 são de outros estados;
10 menores apreendidos;
91 fuzis, 26 pistolas e 1 revólver confiscados;
Além de toneladas de drogas, cuja quantidade ainda está sendo contabilizada.

Durante a ação, o secretário da PM também informou que foi criado um “muro do Bope” para isolar e encurralar os criminosos na área de mata entre os complexos da Penha e do Alemão.

*Com informações de G1.