Um homem, de 30 anos, com transtorno do espectro autista (TEA) foi ferido na coxa por um tiro disparado por um policial civil. O caso ocorreu na última quarta-feira (10/7), em Magé, no Rio de Janeiro.
De acordo com informações preliminares, o incidente ocorreu quando o homem, de identidade não revelada, se assustou ao avistar uma viatura policial e começou a correr. Nesse momento, ele foi perseguido e baleado pelo agente.
O tiro causou uma fratura exposta do fêmur da perna direita, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias e do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN).
Inicialmente, ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Piabetá, também em Magé. Depois, o jovem precisou ser transferido ao HMAPN, em Saracuruna, para fazer uma cirurgia. O quadro dele é estável.
“O paciente passou por procedimento cirúrgico, realizado sem intercorrências. No momento, segue internado, lúcido, orientado e estável”, destaca a nota da prefeitura.
O caso foi registrado como lesão corporal na 66ª DP (Piabetá). Os três policiais que estariam no carro disseram que tentavam cumprir um mandado de prisão em nome de outra pessoa.
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O que diz a família do jovem
Familiares relatam que o rapaz estava a caminho da casa de uma irmã quando uma viatura se aproximou. Assustado, ele correu e teria sido perseguido pelos policiais.
Ao adentrar em um terreno, ele foi baleado por um dos agentes. Ao jornal O Globo, um dos familiares afirmou que, mesmo com 30 anos, a idade mental da vítima é de “uma criança”.
“Ele correu porque ficou assustado. Poderiam até ter o imobilizado, mas deram tiro. Agora, está com pinos na perna, lá no hospital”, lamentou.
O que diz a polícia
Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) informou que o agente atirou no chão e que o jovem foi ferido por um estilhaço. No momento, o caso é investigado pela Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL).
“O caso é investigado pela 66ª DP (Piabetá). De acordo com os agentes envolvidos na ação, durante uma abordagem, o homem correu e encurralou um policial civil, que, para resguardar sua segurança e integridade física, realizou um disparo de arma de fogo na direção do solo, na tentativa de repelir a possível agressão. Um estilhaço feriu a perna do homem. Imediatamente, ele foi socorrido pelos agentes, que acionaram o Samu, e encaminhado para um hospital da região. O registro de ocorrência não foi feito pelo policial que realizou o disparo e ele não participa da investigação. O agente foi ouvido e diligências estão em andamento para apurar os fatos. A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) foi comunicada e acompanha a investigação”, diz a nota.