Raimundo Nonato Monteiro Machado, conhecido como “Nonato Careca”, investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), teve a prisão revogada nesta segunda-feira (16), pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
Ele havia sido preso por suspeita de incitar a violência contra a babá Cláudia Gonzaga de Lima, e agredir o advogado Ygor de Menezes Colares, que foi atingido por um tiro de raspão na perna. O fato aconteceu em 18 de agosto deste ano, dentro de um condomínio na avenida Coronel Teixeira, no bairro Ponta Negra, zona Oeste de Manaus.
Leia mais:
VÍDEO: Babá agredida em condomínio de Manaus diz que não teve chance de defesa
CMM retira homenagem a investigador que agrediu advogado e babá
A soltura do investigador foi proferida pela juíza Eline Paixão e Silva Gurgel do Amaral Pinto, da 3ª Vara do Tribunal de Júri. Na decisão da magistrada, Nonato retornará ao trabalho de forma parcial, não poderá exercer serviços externos e ficará suspenso de portar arma de fogo, além de devolver todas as armas em sua posse. A juíza determinou, ainda, que a Corregedoria da PC-AM investigue eventuais violações penais, administrativas e disciplinares praticadas pelo policial civil.
Sobre caso
Nonato e a esposa, a professora de educação física Jussana Machado, foram presos no dia 19 de agosto de 2023, depois de uma confusão generalizada no dia anterior, no estacionamento do condomínio onde moravam.
Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), o advogado, ao saber que a funcionária estava sendo agredida, foi até o estacionamento para impedir a briga. Mas, ao se aproximar, ele foi contido pelo investigador e agredido com um soco.
Os dois caíram no chão, e Jussana atira contra a perna do advogado, que chegou a correr para a guarita. Imagens do circuito de monitoramento do local registraram o investigador dando a arma de fogo usada no caso para a esposa.
Ele ainda foi perseguido pelo investigador da PC-AM e pela mulher de Nonato, que estava muito alterada. Nonato e Jussana pensavam que a babá, funcionária do advogado, fala mal deles.
Solta
Além do investigador, Jussana também teve a prisão revogada pela TJAM. No parecer judicial, a mulher cumprirá medidas cautelares durante o andamento do processo, como uso de tornozeleira eletrônica. Ela estava detida no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), localizado no quilometro 8 da BR-174.
Jussana deve comparecer à 3ª Vara do Tribunal do Júri para prestar contar, e manter 500 metros de distancia do condomínio onde residia, além da proibição de fazer contato com as vítimas. Ela também ficou impedida de sair de Manaus.
Nota
Em nota, a defesa das vítimas repudiou a soltura do casal e considerou o procedimento como “sentimento de impunidade“. Por fim, a defesa pediu novamente a prisão preventiva do casal.