A Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) investiga se havia exploração sexual em um dos dez acampamentos do garimpo ilegal destruídos na semana passada durante a Operação Aurum. A suspeita veio após os agentes encontrarem uma peça infantil e uma lista contendo algumas “regras” em um bar que possivelmente era usado para prostituição.
No papel pregado em uma parede e escrito à mão dizia: “Regras a serem cumpridas”. A lista contém cinco itens. Veja:
“Regras a serem cumpridas”
-Se sair para beber em outro bar paga saída;
-Se sair pra dormir fora do bar ‘para’ [paga] saída;
-Pagar a ‘xave’ [chave] no balcão antes de ir pro quarto;
-Terminou de comer LAVE SEU PRATO;
-VALOR ‘DAS AVE’ MEIA GRAMA E 1 GRM DAS saídas.
-Use sempre preservativo.
De acordo com a Polícia Federal a última regra descrita “Use preservativo”, levantou suspeitas se no local havia prostituição e se o ouro extraído no garimpo seria usado como moeda de troca. Além do papel comas regras, a Polícia encontrou itens usados por crianças, como calcinhas.
Foram aplicadas multas que totalizam R$ 4.515.600,00 (quatro milhões, quinhentos e quinze mil e setecentos reais).
Operação Aurum
Conforme a Polícia Federal, foram destruídos 10 garimpos ilegais, localizados na Floresta Nacional de Urupadi, no município de Maués, na região sul do Amazonas (distante a 267 quilômetros de Manaus). Durante a ação, foram apreendidos 13 cavaleiras hidráulicas, seis motocicletas, três quadricículos, um trator esteira, 16 geradores de energia, 20 motores bombas, sete dragas, 9 armas de fogo, um trator esteira. Além da destruição de 61 barracos, que foram derrubados.
Foram 17 dias de atuação integrada de agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional, além de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A operação foi deflagrada no 18 de maio e encerrada no último dia 3 de junho. O nome da operação faz referência ao principal mineral retirado pelos garimpos ilegais no Amazonas. O ouro