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Caso Dom e Bruno: testemunhas apontam “Colômbia” como líder de pesca ilegal no Vale do Javari

Uma das testemunhas relatou ter presenciado reuniões entre pescadores em que Colômbia era citado como líder
16/10/25 às 20:50h
Caso Dom e Bruno: testemunhas apontam “Colômbia” como líder de pesca ilegal no Vale do Javari

Foto: Divulgação

A Justiça Federal realizou nesta quinta-feira (16/10) a audiência de instrução e julgamento do processo que investiga uma organização criminosa ligada à pesca ilegal no Vale do Javari, interior do Amazonas. Entre os réus estão Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, e Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, apontados como envolvidos nas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, além de outros oito acusados.

A audiência começou às 9h30, no fórum da Justiça Federal de Tabatinga (AM), e ouviu pela manhã as testemunhas de acusação apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Uma das testemunhas, mantida sob sigilo, relatou ter presenciado reuniões entre pescadores em que o nome de Colômbia era citado como o líder de um grupo que financiava pesca e caça ilegal na Terra Indígena Vale do Javari.

Um representante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) também prestou depoimento, confirmando que os peixes retirados ilegalmente da região eram vendidos para Colômbia, na cidade de Islândia, no Peru.

Já uma servidora da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) relatou ter sido ameaçada por pescadores após uma operação de fiscalização em Atalaia do Norte, que destruiu redes e equipamentos usados pelo grupo criminoso.


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Réus e testemunhas de defesa

No período da tarde, começaram os depoimentos das testemunhas de defesa, além de parte dos réus: Amarildo da Costa de Oliveira (Pelado), Amarílio de Freitas de Oliveira, Eliclei Costa de Oliveira, Jânio Freitas de Souza, Otávio da Costa de Oliveira e Laurimar Lopes Alves.

A audiência deve continuar nesta sexta-feira (17), com o depoimento de Rubén Dario Villar (Colômbia), além de Manoel Raimundo Corrêa, Francisco Lima Corrêa e Paulo Ribeiro dos Santos.

De acordo com a denúncia do MPF, Colômbia liderava uma quadrilha especializada em pesca e caça ilegal, além de tráfico de munições, com atuação nos municípios de Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

Quem é “Colômbia”

Apontado como mandante das mortes de Bruno e Dom, Rubén Villar é de nacionalidade peruana, apesar do apelido “Colômbia”. Ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em novembro de 2024 como o responsável por financiar a organização criminosa e por ter fornecido munição para a execução dos crimes.

Segundo a PF, Colômbia patrocinava financeiramente pescadores ilegais em terras indígenas e usava carregamentos de peixe para ocultar drogas, operando na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

Após os assassinatos, ele chegou a ser preso em flagrante por uso de documento falso, em junho de 2022, ao se apresentar à PF em Tabatinga. No entanto, foi libertado em outubro do mesmo ano, após decisão judicial que apontou falta de provas diretas de envolvimento nas mortes.

Dois meses depois, em dezembro, o suspeito foi preso novamente por descumprir medidas cautelares e atualmente segue detido em um presídio de segurança máxima.

*Com informações de g1