Nesta quinta-feira (10), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) anunciou a conclusão das investigações sobre o caso do feminicídio da jovem Débora da Silva Alves, que tinha 18 anos, e estava grávida de oito meses.
Durante coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral (DG), o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, agradeceu aos agentes envolvidos por todo esforço durante as buscas pelo principal suspeito, Gil Romero, preso na noite de terça-feira (8), em Curuá, interior do Pará.
“Hoje apresentamos o desfecho desse crime bárbaro, que chocou a sociedade. Não temos palavras para mensurar o tamanho dessa crueldade. Durante depoimento, o principal suspeito confessou o delito, informou sobre a morte do bebê e detalhou toda a dinâmica da ação criminosa”, disse o delegado-geral.
O delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, ressaltou o trabalho das equipes investigativas desde os primeiros momentos, a fim de elucidar o caso, e hoje foi apresentado o desfecho desse fato trágico.
“Nos deslocamos até o estado do Pará, onde ele foi localizado e preso. Precisávamos dar essa resposta a todos, devido à brutalidade com que esse crime foi cometido. Já em Manaus, durante a acareação, ele confessou a prática criminosa, mas disse que a sua esposa não possuía qualquer tipo de envolvimento, e de fato, nesse momento, as investigações apontam que ela não teve participação”, contou Ricardo Cunha.
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Dinâmica do crime
No decorrer da coletiva, a delegada Deborah Barreiros, adjunta da DEHS, detalhou toda a dinâmica do fato, que foi contado por Gil Romero após acareação, juntamente com José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, que foi preso no dia 3 de agosto, pela participação no crime.
“Agora conseguimos entender de fato o que aconteceu. Gil Romero atraiu Débora até aquela usina, onde ele trabalhava como vigilante, para tratarem sobre a paternidade do bebê. Ainda dentro de um carro Honda Civic, eles iniciaram uma discussão, pelo fato dela estar exigindo utensílios para sua gravidez, bem como para seu bebê, motivo pelo qual ele a agrediu fisicamente e a deixou desacordada”, detalha a delegada.
Segundo a autoridade policial, nesse momento ele chama “Nego”, e ambos pegam uma corda e estrangulam a jovem. Em seguida, eles a levam para um galpão onde atearam fogo em seu corpo, a colocaram dentro um tonel e jogaram naquela área de mata.
“No entanto, Gil Romero já em seu trabalho, pensou que se a criança fosse localizada, ele seria apontado como principal suspeito, motivo pelo qual, pegou uma faca de pão, abriu a barriga da jovem e retirou o bebê, que já estava morto, e colocou dentro de uma saca de estopa, junto com diversos materiais de restos de obra”, contou Deborah.
Ainda em depoimento, Gil Romero conta que colocou a saca dentro do porta-malas de seu carro, e foi até o Porto da Ceasa, zona sul, onde pegou um catraieiro e disse que precisava atravessar para o município de Careiro (a 88 quilômetros de Manaus), onde no meio da viagem, jogou a saca dentro do rio, que afundou devido ao peso. Em seguida, pegou outro catraieiro e voltou para Manaus.
Após tomar conhecimento das notícias do desaparecimento de Débora, e sabendo que seria procurado pela Polícia, ele disse à família que havia feito ‘uma grande besteira’, e precisava fugir.
A delegada Deborah acrescenta que não é descartada a participação de uma terceira pessoa, e isso continua sendo apurado. Também será aguardada a finalização do laudo pericial para que o Inquérito Policial (IP) seja encerrado.
Procedimentos
Gil Romero e José Nilson responderão pelos crimes de feminicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. Ambos ficarão à disposição da Justiça.
*Com informações da assessoria
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