A morte de Clisia Lima da Silva, de 35 anos, causou comoção em Manaus e na cidade de Piracaia, no interior de São Paulo. O corpo da amazonense, natural de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), foi encontrado boiando em uma represa do rio Jaguari, com as mãos e pés amarrados na manhã de quarta-feira (30/10).
O assassinato caracterizava como passional ou acerto de contas motivado por vingança e o principal suspeito é o marido, o engenheiro mecânico, Edson Fernando Sales Cardoso, de 36 anos.
Com exclusividade à Rede Onda Digital, o delegado Luiz Carlos Zilioti, titular da unidade policial de Piracaia, informou que “no andamento das investigações, descobrimos que se tratava de um crime passional”.
Zilioti informou que as diligências iniciaram após o recebimento de denúncias anônimas, dando conta de que o principal suspeito do crime seria o marido da vítima. Após a ordem de prisão temporária, expedida pela Justiça de São Paulo, Edson foi encontrado no início da noite de quinta-feira (31), em Extrema, no sul de Minas Gerais (MG), na condição de foragido.
Controlador, possessivo e violento
Segundo apurou a Rede Onda Digital, Edson Fernando era casado há três anos com Clisia e estavam morando em Extrema (MG). O casal iniciou o relacionamento em Fortaleza, no Ceará, onde ambos trabalhavam e depois casaram em um cartório local.
Mas o contato de Edson Fernando e Clisia iniciou nas redes sociais. O engenheiro mecânico viajou para Manaus a trabalho e, como já mantinha contato com Clisia pelo Instagram, pediu a ela que apresentasse os ambientes de festas e casas noturnas da capital amazonense.
Conforme uma irmã da vítima, Edson Fernando no começo demonstrava ser uma pessoa gentil, amorosa e atenciosa. Essas virtudes logo fizeram Clisia ganhar confiança, o que motivou a ficarem juntos por longos dias no período que ele esteve em Manaus.
“No decorrer do convívio como casal, o relacionamento ia bem, mas logo tudo mudou quando Edson e Clisia foram morar em Extrema”, disse a irmã de Clísia.
Com a mudança de Clisia para a cidade natal de Edson Fernando, eles foram morar com a mãe dele.
“Minha irmã passou a ser insultada pela mãe dele, que proferia palavras que ela era índia, que tinha de voltar para a maloca, para aldeia e outras ofensas. Ele presenciava, mas não defendia a Clisia. Como estava passando por isso, Clisia resolveu me contar e decidiu terminar o relacionamento abusivo, pois já tinha até sido agredida fisicamente e verbalmente por ele”, contou com exclusividade, à Rede Onda Digital.
O delegado Zilioti ainda informou, conforme depoimentos de familiares e amigas de Clisia, que “Edson Fernando era considerado uma pessoa bastante intolerante e agredia bastante a Clisia por ciúmes”.
“Além disso, ela era rejeitada pela mãe e irmã dele, que gostavam da ex-mulher de Edson Fernando. Elas tornaram uma vida bem difícil para ela”, destacou Zilioti.
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A captura
Com apoio da Delegacia Seccional de Bragança Paulista, Edson Fernando foi localizado, e apresentado a autoridade policial para os procedimentos legais, submetido a exame de corpo de delito, passou por audiência de custódia e está à disposição da Justiça.
O delegado Luiz Carlos Zilioti, informou que Edson se manteve em silêncio ao ser questionado sobre o assassinato, porém, teria confessado o delito para outro preso da delegacia. A suspeita da polícia é de que outras pessoas tenham participado do crime.
“Eu não tenho dúvidas que foi ele, mas pode ter sido auxiliado por alguém ou mais pessoas. Vamos investigar e concluir o desfecho desse crime bárbaro. Ele está em uma cela com outros três presos, onde confessou a um deles que matou Clisia”, relatou o delegado.
As investigações seguem em andamento sobre o caso. Agora, a polícia quer saber em que local Clisia foi assassinada antes de ter o corpo jogado no açude. Quatro casas de propriedade de Edson passarão por perícia. Ele segue preso em cumprimento de prisão temporária com prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito policial.