Caso Benício: médico contesta uso de adrenalina em criança e que prescrição não possui respaldo

Foto: Arquivo Pessoal
Um médico, que não teve o nome divulgado, contestou o uso de adrenalina na veia de Benício Freitas, de 6 anos, e afirmou que a prescrição do medicamento não “encontra respaldo” na medicina.
A declaração dele ocorreu no dia 27 de novembro em depoimento no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Benício morreu em uma overdose do medicamento durante atendimento no Hospital Santa Júlia, no dia 23 de novembro.
O profissional, que também atua como professor de pediatria na Faculdade AFYA, em Manacapuru, no interior do Amazonas, explicou que a adrenalina, quando utilizada em crianças fora de contextos de parada cardíaca ou anafilaxia, é indicada apenas por via inalatória, por nebulização, principalmente em casos de laringite.
Ele detalhou que a dose recomendada é de 0,5 ml/kg, com limite máximo de 5 ml por administração. Considerando que Benício pesa 21 kg, a dose correta não deveria ultrapassar o limite máximo de 5 ml na inalação.

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Durante o depoimento, o médico também destacou uma possível falha na cadeia de dupla checagem dentro do ambiente hospitalar. Ele explicou que, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs), há uma rotina de conferência das medicações prescritas, envolvendo equipe de enfermagem, farmácia e o técnico responsável pela administração do medicamento.
Segundo ele, todos os profissionais que participam dessa cadeia possuem a responsabilidade de questionar qualquer dúvida relacionada à prescrição junto ao médico que a emitiu, justamente para evitar erros e garantir a segurança do paciente.






