A agressão ao policial federal, identificado apenas como Ribeiro, pode ter sido motivada em “represália à sua atuação enquanto agente federal, em razão da natureza das investigações que conduz e das operações de que participa, particularmente as de grande repercussão nessa cidade”, é o que aponta o inquérito da Polícia Federal.
Em depoimento à polícia, Ribeiro contou que estava dirigindo no sentido rotatória do Eldorado, em direção a um supermercado, quando foi abordado por um grupo de motoqueiros e um veículo, tipo caminhote, que o cercaram violentamente. Após ser encurralado, o policial federal disse que se identificou e que mostrou, inclusive, a carteira funcional da PF, mas mesmo assim foi espancado até desmaiar e teve a carteira funcional roubada. A ação criminosa só foi interrompida com a chegada de policiais militares.
No processo da Justiça Federal, os suspeitos pelas agressões foram identificados após uma denúncia anônima como Vitor Mendonça Vieiralves, Leonardo Castelo Branco, Alexsander Linhares do Nascimento, Bruno Faria dos Santos e Aldo Bitencourt Chã Neto. No entanto, Isaac Pinheiro Braga foi alvo da operação da Polícia Federal após a moto dele ser identificada na cena do crime.
De acordo com a PF, a ação do grupo parece ser “coordenada e premeditada”. Os suspeitos fazem parte do motoclube “Casacos de Couro” e que seriam conhecidos pela “atuação criminosa e pelas práticas violentas” em Manaus. A autoridade policial pediu à justiça federal a prisão preventiva dos suspeitos, busca e apreensão, além de acareação entre os envolvidos na agressão ao agente.
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No entanto, a juiza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Federal Criminal, negou a prisão preventiva por entender que “os elementos indiciários não demonstram, nesse momento, a necessidade de medida tão gravosa”. Ela também afirmou que não há indicativo que o grupo “se dedique a atividades criminosas violentas de forma habitual”, que eles não possuem armas registradas e nem antecedentes criminais.
Sobre o pedido da PF para que fosse realizada acareação entre os suspeitos, a magistrada também negou porque “os investigados possuem direito ao silêncio, que é o direito de não produzir provas contra si mesmos”.
Agressão
O agente federal Ribeiro foi vítima de agressão e roubo cometidos pelo grupo de motoqueiros na madrugada do último sábado (18/01), por volta das 1h30, na Avenida Recife, na zona centro-sul de Manaus. Veja o vídeo abaixo:
🎥 Veja momento em que policial federal é perseguido e espancado por motoqueiros em Manaus
Assista ⤵️ pic.twitter.com/cTw4ExgZ67
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) January 22, 2025
Operação Última Marcha
A Polícia Federal deflagrou, na quarta-feira (22/01), a Operação Última Marcha, que investiga o grupo de motoqueiros que realizou ataque criminoso contra Agente de Polícia Federal.
Foram mobilizados 22 policiais federais para o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados.
Toda a agressão foi filmada por câmeras de um circuito de segurança, o que facilitou a identificação dos participantes do ato criminoso. A vítima, já desacordada, foi socorrida por Policiais Militares que faziam a ronda no bairro, momento em que os homens evadiram do local levando a carteira funcional do policial.
Procedimentos
Os envolvidos na agressão ao policial poderão ser responsabilizados pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, associação criminosa e roubo majorado, entre outros. A soma das penas previstas para os delitos investigados pode ultrapassar 20 anos de prisão.