A advogada Adriane Magalhães foi indiciada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) por suspeita de extorsão contra o advogado Charles Garcia Jr acusado de ter estuprado a ex-funcionária Marcela Nascimento, em Manaus.
Além disso, a advogada também é suspeita de tentar coagir uma testemunha para que depusesse contra Charles Garcia.
Extorsão
Segundo Charles Garcia e a esposa dele, Juliana Garcia, a advogada Adriane Magalhães teria exigido o valor de R$ 500 mil para não denunciar à polícia e à imprensa um suposto estupro cometido por Charles contra a ex-funcionária Marcela Nascimento.
Além do casal, Adriane teria procurado também Antônio Lúcio, o advogado do casal. Em depoimento, ele contou que que a advogada reiterou a proposta de pagamento de R$ 500 mil como forma de “evitar o andamento do caso”, o que indica coação implícita.
Em outro momento do depoimento, Antônio Lúcio relatou que “a advogada teria dito para ele levar a proposta de R$ 500 mil ao Charles, para que o caso fosse solucionado”.
Coação de testemunha
Ainda no inquérito policial, Najla Salim, a ex-funcionária do escritório de Charles Garcia, revelou que “não presenciou qualquer conduta abusiva por parte de Charles e que não compactua com a versão apresentada por Marcela”.
Ela disse que foi procurada insistentemente por Adriane, que tentou vinculá-la ao caso e que teria sofrido importunação, tentativas de coação moral e que a advogada teria feito “menções ao valor recebido a título de verbas rescisórias, sugerindo irregularidades inexistentes”, disse ela em depoimento.
Najla relatou ainda que tem prints e áudios da conversa que manteve com
Adriane, “deixando claro que procurou Marcela para servir de testemunha para
causa no MPT referente à pejotização e por ter sido desligada durante gozo de
atestado médico”.
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Indiciamento
A advogada Adriane Magalhães foi indiciada por extorsão. De acordo com o inquérito policial, a delegada Grace Jardim, do 16º Distrito Integrado de Polícia (DIP) apontou que “verifica-se indício suficiente da prática do crime de extorsão” e ressaltou que “a ameaça, embora de natureza velada e moral, foi suficientemente clara ao condicionar o não ajuizamento de medidas judiciais e a não divulgação dos supostos fatos à imprensa ao pagamento da quantia exigida”, que seria no valor de R$ 500 mil.
Ainda de acordo com a delegada, os indícios apontam que Adriane procurou a esposa de Charles para relatar o crime grave e que sugeriu acordo para “evitar exposição e denúncia”, além disso, ela também estabeleceu prazo para resposta e reiterou pedido a terceiros sobre valores específicos, reforçando a condição econômica como impeditivo de medidas judiciais ou exposição pública.
Charles Garcia Jr se manifesta após indiciamento de advogada

Em nota, divulgada na tarde desta quarta-feira (21/05), o advogado afirmou que houve “a tentativa de obtenção de vantagem indevida” contra ele e contra a esposa Juliana.
“Destaco ainda que jamais cedi e nem cederei às intimidações e reafirmo total confiança na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário do Amazonas. Esta nota reforça que os fatos agora estão amparados por provas concretas, e que a extorsão está sendo combatida com a ação investigativa das autoridades competentes”, diz trecho do comunicado.
Confira a nota na íntegra;
A Polícia Civil do Amazonas indiciou, na quinta-feira (15), a advogada Adriane Cristine Cabral Magalhães pelo crime de extorsão, previsto no artigo 158 do Código Penal. O indiciamento está formalizado no Inquérito Policial nº 0131537-70.2025.8.04.1000 e reconhece a tentativa de obtenção de vantagem indevida contra o advogado Francisco Charles Cunha Garcia Júnior e sua esposa, Juliana Chaves Coimbra.
As investigações conduzidas pelo 16º Distrito Integrado de Polícia (DIP) confirmaram que a autora tentou obter R$ 500 mil do casal com a extorsão. Foram reunidas provas contundentes, como gravações, mensagens e atas notariais, que comprovam a prática criminosa.
Destaco ainda que jamais cedi e nem cederei às intimidações e reafirmo total confiança na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário do Amazonas.
Esta nota reforça que os fatos agora estão amparados por provas concretas, e que a extorsão está sendo combatida com a ação investigativa das autoridades competentes.
A verdade prevalecerá.