Viralizaram na internet os vídeos de um incidente ocorrido no sábado (03/02), no qual um empresário de 65 anos é visto ameaçando de morte e perseguindo com um pedaço de madeira outro empresário, de 32 anos. O motivo da briga: o senhor teria se irritado pelo fato do rapaz ter usado um notebook dentro do seu estabelecimento, uma padaria, o que seria proibido no local.
O caso aconteceu no Empório Bethaville, situado em Barueri, na grande São Paulo. No dia em questão, o dono da padaria, Silvio Mazzafiori, abordou o cliente, Alan Barros, que estava acompanhado de amigos. Eles começam a bater boca porque Alan teria usado seu notebook dentro do estabelecimento.
Veja abaixo:
A confusão continuou do lado de fora, quando Silvio começou a perseguir Alan com um pedaço de madeira. Ele chegou a escorregar e foi contido por agentes policiais, enquanto falava:
“Eu vou te pegar. Eu vou matar esse cara. Para de filmar, p****. Me solta. Eu vou te achar, eu vou pegar vocês dois [se referindo a Alan e ao amigo]. Se eu vir essa filmagem em algum lugar, eu vou matar vocês. O cara é um pilantra”.
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Alan tem uma empresa em Dubai, cidade nos Emirados Árabes Unidos, onde reside há cerca de dois anos e de onde havia partido para o Brasil, há cerca de um mês, para expandir seus negócios na área de tecnologia. Segundo Alan, ele estaria tendo uma reunião de negócios no Empório Bethaville.
Ele disse:
“Meu pedido, uma torta e um café, tinham acabado de chegar e abri meu notebook, para mostrar algumas coisas para os meus amigos. Foi quando chegou o senhor [Silvio Mazzafiori], muito agressivo. Não costumo gravar as coisas com meu celular, mas decidi fazer isso, ainda bem, por causa da agressividade dele”.
Não foi a primeira vez que o dono da padaria discutiu com um cliente por causa de uso de computadores no seu estabelecimento: Nas redes sociais, um vídeo publicado em 2018 mostra Silvio Mazzafiori batendo boca com uma cliente que usava um tablet na padaria. Após alguns minutos, ele explica o motivo da proibição imposta no local, dizendo:
“Desculpa, a senhora está pagando pelo erro dos outros, mas as padarias estão virando um escritório e fica ruim isso para quem investe tudo o que eu investi, para deixar as pessoas ficarem aqui dentro usando como escritório”.
Alan registrou um boletim de ocorrência de ameaça na delegacia de Barueri. Ele também disse que contratou um segurança particular, depois de ter recebido ameaças, de perfis falsos, em suas redes sociais e por mensagens, desde que ocorreu a confusão.
A Delegacia de Polícia de Barueri, na Grande São Paulo, abriu um inquérito para investigar o caso.
O que diz a lei
De acordo com o Procon-SP, o estabelecimento é livre para determinar proibição de uso de eletrônicos, desde que o cliente seja informado de início, ao chegar no local, sobre as restrições impostas. A advogada Sofia Coelho, do escritório Daniel Gerber Advogados, foi consultada sobre o caso e deu sua avaliação ao site G1:
“Seria uma prática abusiva proibir a entrada de pessoas no estabelecimento para realizarem reuniões virtuais ou presenciais. Contudo, o consumidor também pode ser obrigado a respeitar algumas regras do estabelecimento. Se tal informação estiver clara para todo e qualquer consumidor que optar por utilizar o estabelecimento, o consumidor estará ciente e, portanto, deverá seguir regras do estabelecimento, tendo sua liberdade de escolha preservada [de permanecer ou deixar o local]”.
Porém, claro, desrespeitar e ameaçar o cliente é algo que é condenado por todos os especialistas.
Até o momento desta matéria, a defesa de Silvio Mazzafiori não se pronunciou sobre o caso.
*Com informações de G1 e Metrópoles.