Uma disputa por terras no município de Amapá, distante 226 quilômetros da capital Macapá (AP), terminou com o assassinato de um idoso, de 72 anos, identificado como Antônio Candeia Oliveira, o “Maranhão”, no sábado (23/11), e com a prisão em flagrante do marido da prefeita eleita da cidade, Kelly Lobato (União Brasil), o empresário Francisco Canindé. A vítima foi morta a tiros por ordem de Canindé.
O autor dos disparos é o ex-militar do Exército, Antônio Carlos Lima de Araújo, que segue foragido. Antes de cometer o homicídio, ele discutiu com o idoso. Uma filmagem do bate-boca seguido do assassinato, que ocorreu em uma fazenda por volta das 16h, acabou divulgada nas redes sociais.
No vídeo, Maranhão aparece discutindo com alguém dentro de uma picape. Essa pessoa seria Francisco Canindé. Inicialmente, a discussão é acompanhada à distância por Carlos Araújo, que sempre mantém uma das mãos para trás para esconder a arma.
Após momentos de discussão e xingamentos mútuos, Carlos empurra o idoso e dispara diversas vezes contra Maranhão, que tenta se abaixar para pegar algo dentro de uma sacola preta, o ex-militar o derruba no chão e atira mais vezes.
O homem que filmava com o celular diz em um trecho do vídeo: “Meu Deus, não faz isso, a gente não veio pra cá pra matar ninguém”, em seguida corre para longe do local em estado de pânico.
Apesar de terem saído do enquadramento do vídeo, os sons dos tiros são registrados. Depois, a gravação mostra o idoso ensanguentado após ser atingido por tiros. Maranhão fica caído no chão e depois morre.
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A polícia soube do ocorrido e teve acesso ao vídeo. As informações preliminares são que as autoridades acreditam que o crime tenha sido premeditado e o grupo de homens teria provocado o idoso para justificar a ação violenta.
O marido da prefeita, Francisco Canindé, se apresentou à delegacia de Amapá acompanhado de um advogado. Ele foi preso em flagrante, acusado de ser o mandante do homicídio e deve passar por audiência de custódia neste domingo (24/11).
O delegado Vladson Nascimento, um dos que acompanham o caso ainda em andamento, disse que já havia uma discussão envolvendo a compra e venda daquela terra, e que Carlos Araújo teria ido ao local para “dar um susto” na vítima.
“Aparentemente ele (vitima) já tinha vendido essa terra, para a pessoa que fala com ele no vídeo. Tem um interlocutor conversando com ele, falando da terra, mandando ele sair […]. Supostamente a terra foi vendida por um valor, logo depois ele queria mais dinheiro porque ele viu que valorizou […] e continuava perambulando pela terra, tocando fogo. Essa discussão foi aflorada. Foi chamado nesse local o Carlos (acusado) […] para dar uma ‘dura’ nele (vítima), para dar um susto, para fazer alguma coisa nesse sentido. Tanto que ele entra na conversa um pouco depois, ele não tá desde o começo”, explicou o delegado.
Confira o vídeo da discussão e o homicídio:
Confira a nota da prefeita eleita de Amapá:
*Com informações do g1 e O Liberal