Nova reviravolta no caso de envenenamento no Piauí que chocou o país: Maria dos Aflitos, suspeita de ter participado com o marido do envenenamento que levou à morte de 5 pessoas de sua própria família, confessou ter matado sua vizinha Maria Jocilene da Silva com café contendo veneno.
A informação consta do depoimento de Maria dos Aflitos à polícia, divulgado no domingo (2/2) pelo programa Fantástico, da TV Globo. Segundo ela, a sua intenção era fazer parecer que a vizinha tinha se suicidado. A vizinha teria bebido o café “sem ver”.
Francisco de Assis Pereira da Costa, marido de Maria dos Aflitos, foi o responsável pela morte por envenenamento de cinco pessoas. De acordo com o delegado Abimal Silva, a esposa planejava que a morte de Jocilene, por envenenamento, parecesse um suicídio. O objetivo era atribuir a ela a culpa por todos os outros crimes, o que poderia levar à libertação de Francisco.
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De acordo com a Polícia Civil do Piauí, a matriarca também é acusada de ser cúmplice da morte dos familiares, cuja motivação seria econômica, já que o contexto era de muita pobreza. A casa onde o crime aconteceu abrigava 11 pessoas.
Ainda de acordo com a polícia, Maria Jocilene e Maria dos Aflitos mantinham uma relação amorosa e a vizinha chegava a ajudar a família da mulher financeiramente.
Maria Jocilene também comeu a comida envenenada. Ela chegou a ser hospitalizada, teve alta e após a visita na casa da família, quando tomou o café com o pesticida, voltou a ser internada no dia 22 de janeiro. Ela não resistiu.
Maria dos Aflitos disse que se arrepende “amargamente”. A suspeita afirmou no depoimento que estava “cega de amor” e “via e fazia que não via” o que o marido fazia.
Relembre o caso do veneno
O caso aconteceu em Parnaíba, interior do Piauí. Ao todo, nove pessoas da mesma família comeram arroz envenenado com o agrotóxico terbufós, no dia 1º de janeiro deste ano. O alimento havia sido preparado para a ceia de réveillon, como parte de um baião de dois.
O baião de dois tinha sido preparado pela própria família em 31 de dezembro, dia anterior às internações. Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade na comida.
A família também comeu um peixe que tinha sido doado. Inicialmente, as suspeitas eram de que o peixe poderia estar estragado ou envenenado, mas as análises afastaram essa hipótese.
Francisco de Assis Pereira da Costa, o padrasto da mãe das crianças, foi preso pelo crime. Ele nega que tenha envenenado a família, mas admitiu ter “nojo e raiva” da enteada e não gostar dos filhos dela.
Veja abaixo quem consumiu o alimento envenenado:
- Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Maria Gabriela) – morta;
- Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (tio de Maria Gabriela) – morto;
- Maria Gabriela da Silva, de 4 anos – morta;
- Maria Lauane da Silva, de 3 anos (irmã de Maria Gabriela) – morta;
- Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (irmão de Maria Gabriela) – morto;
- Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Francisca Maria) – recebeu alta e está preso suspeito do crime;
- Uma adolescente de 17 anos (tia de Maria Gabriela) – recebeu alta;
- Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha da família) – recebeu alta;
- Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) – recebeu alta.
*Com informações de UOL
