Começou na manhã desta quarta-feira, 13, o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) dos quatro primeiros réus entre os 1.390 denunciados pela invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes, nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Os acusados são Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago de Assis Mathar, Moacir José dos Santos e Matheus Lima de Carvalho Lázaro. Dos quatro, apenas Moacir está solto, os demais continuam detidos oito meses após as invasões.
Todos os réus respondem por cinco crimes: associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.
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Aécio Pereira, 51, mora em Diadema (SP) e era funcionário da Sabesp, a empresa de saneamento de São Paulo. Ele foi demitido por justa causa por envolvimento nos atos de 8/1. Ele gravou um vídeo dentro do prédio do Senado e vestia uma camisa com os dizeres “intervenção militar federal”. Em seu depoimento, negou que tenha participado do quebra-quebra.
Thiago Mathar, 43, mora em São José do Rio Preto (SP). Identificado como produtor rural, ele foi detido pela PM no Palácio do Planalto e afirmou, em depoimento, que foi para o ato com a intenção de promover manifestação pacífica. Ele é casado e tem dois filhos, de 4 e 6 anos, e sua mãe lançou uma petição online pela sua soltura, pois seus filhos estariam sofrendo muito com a ausência do pai.
Moacir José dos Santos, 52, é morador de Cascavel (PR). Ele também foi preso no Planalto e teve a presença no local comprovada por análise de material genético que deixou no local. Ele também gravou vídeo no local. Chegou a ser solto pelo ministro Alexandre de Moraes, mas está cumprindo medidas cautelares.
E Matheus Lima, 24, mora em Apucarana (PR). Ele foi a Brasília deixando a esposa grávida e mandou mensagens e áudios para ela durante a invasão. Lima foi preso em flagrante com uma faca, uma jaqueta militar e uma camiseta da seleção brasileira. Nos áudios, ele disse que que os manifestantes tinham que “quebrar tudo” para o Exército “entrar e tomar o poder”. Em seu depoimento, ele admitiu ser “bolsonarista e nacionalista”, mas negou ter participado diretamente de depredações.