Duas servidoras do INSS foram presas preventivamente, nesta terça-feira (3), durante a operação da Polícia Federal ‘De Volta para o Futuro’ deflagrada na Bahia. Outras duas pessoas também tiveram prisão preventiva decretada. Além disso, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Itaberaba e Feira de Santana, todas na Bahia.
As investigações tiveram início há aproximadamente seis meses, quando se identificou a concessão de benefícios previdenciários (aposentadorias urbanas e rurais), com inserção de vínculos trabalhistas inexistentes, sem apresentação de documentos que ratificassem o ato.
No decorrer das apurações, foram identificados fortes indícios da participação das servidoras do Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com pessoas beneficiadas com a ilegalidade e intermediários, inclusive envolvimento de parentes delas. Além das concessões, com geração de créditos mensais, detectou-se retroação nas datas dos requerimentos, gerando assim valores elevados a título de retroativos.
As servidoras, teriam sido responsáveis por inserir no sistema do INSS comandos para pagamentos em duplicidade de valores efetivamente recebidos pelos segurados. Conforme as investigações, os valores seriam rateados entre o grupo, havendo o repasse de grande parte para as servidoras da autarquia.
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Segundo a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa a quantia de R$ 9 milhões. A economia projetada, valores que seriam pagos caso não houvesse a detecção e desarticulação do grupo, é de mais de R$ 24 milhões.
Há 24 anos, a Força-Tarefa Previdenciária é integrada pelo Ministério da Previdência Social e pela Polícia Federal, que atuam em conjunto no combate a crimes estruturados contra o sistema previdenciário. No Ministério da Previdência Social, cabe à Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social detectar e analisar os indícios de crimes e fraudes organizadas.