Na manhã de sábado, 12, um adolescente de 17 anos e uma menina de 5 morreram baleados na manhã de ontem, após ações da Polícia Militar na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. O comandante do batalhão responsável pela região foi afastado.
Moradores afirmam que os dois casos tiveram ação direta dos agentes, mas, segundo a corporação, não houve operação onde a criança morreu – a menina Eloá foi atingida dentro de casa, na Comunidade do Dendê. Os casos ocorrem menos de uma semana após um garoto de 13 anos ser morto, também numa ação policial, na Cidade de Deus, zona oeste da capital fluminense.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar afirma que, nos casos deste sábado, uma equipe do 17° Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador) abordou dois homens numa motocicleta, na Rua Paranapuã. Segundo os PMs que atuaram na ação, o jovem Wendel Eduardo de Almeida, de 17 anos, que estava na garupa, disparou contra a equipe, que revidou. O suspeito foi ferido e levado por bombeiros ao Hospital Municipal Evandro Freire, mas não resistiu. O piloto da moto foi levado à 37ª DP para ser ouvido.
A família de Wendel contesta a versão. O tio de Wendel, Marlon Almeida, disse que o jovem não viu a viatura se aproximar e que foi morto após levantar as mãos.
Logo após o ocorrido, um grupo de manifestantes ateou fogo em um ônibus na Rua Paranapuã, em protesto pela morte do rapaz. Diante do protesto, o Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (Recom) foi acionado em apoio, além do Corpo de Bombeiros para conter as chamas. Foi neste momento que a menina Eloá teria sido atingida por uma bala perdida dentro da casa onde morava, na Comunidade do Dendê.
Moradores afirmam que os policiais chegaram atirando para reprimir o ato.
O corpo de Wendel foi velado e enterrado neste domingo no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O velório e enterro de Eloá está previsto para amanhã, 14.