O Porsche que atingiu e matou motorista de aplicativo em acidente no último fim de semana, em São Paulo, estava a mais de 130 km/h. É o que aponta análise feita pela equipe técnica de Rodrigo Kleinubing, perito especializado em análises de sinistros, que avaliou o vídeo do acidente a pedido do site UOL.
O acidente aconteceu em uma via de 50 km/h, na região de Tatuapé, zona leste de São Paulo. De acordo com o software utilizado (Niewtun), o 911 Carrera GTS estava a pelo menos, 132 km/h quando atingiu o Renault Sandero.
Veja o vídeo do acidente:
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O perito disse:
“Esse cálculo é bem conservador, ou seja, a velocidade real pode ser maior. 132 km/h é um nível de velocidade, fisicamente falando, altíssimo, em termos de energia, força e distância de parada”.
Ele continuou:
“A alta velocidade aumenta muito a gravidade do acidente, a distância de reação e de parada são muito maiores. Tornando o acidente inevitável, não permite reação nenhuma da vítima, que recebe uma carga por trás, e nem do condutor, que vai ter um tempo de reação muito reduzido”. Para se ter uma ideia, de acordo com o software utilizado na análise da cena, o Porsche percorreu 3,66 m em apenas 0,1 segundo”.
Em seu depoimento à Polícia Civil, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, o condutor do Porsche que causou o acidente, assumiu que estava “um pouco acima do limite de velocidade, mas não muito”.
Ele não teve a prisão temporária decretada.
Relembre o caso
Na madrugada de domingo (31/03), o Porsche 911 Carrera GTS, avaliado em R$ 1 milhão e conduzido por Fernando, atingiu um Renault Sandero na Avenida Salim Farah Maluf, na região do Tatuapé. O Sandero estava sendo dirigido pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52 anos. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Ornaldo era casado e deixou 3 filhos.
A mãe do empresário teria ajudado o filho a fugir: Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, foi até o local do acidente e teria afirmado à PM que iria levar o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera, “devido ao leve ferimento” sofrido por ele na boca. Porém, os policiais militares que pretendiam realizar o teste de bafômetro em Fernando não o encontraram na unidade hospitalar. Segundo registros, ele não teria dado entrada em “qualquer hospital” da rede São Luiz.
A Ouvidoria da Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar informaram que vão apurar a conduta dos agentes que atenderam a ocorrência.
Havia um passageiro junto com o empresário, identificado como Marcus Vinícius. Ele foi levado para outro hospital, também no Tatuapé, e ainda não prestou depoimento.
*Com informações de UOL