A recente pesquisa “A Cara da Democracia” do Instituto da Democracia (IDDC-INCT) revela o panorama atual das opiniões públicas no Brasil sobre aborto, casamento e adoção por casais LGBTQIA+, e descriminalização das drogas. Segundo dados, a opinião pública tem mostrado maior divisão e aceitação em alguns temas, conforme observado desde o início do levantamento em 2018.
Os dados destacam que 65% dos brasileiros são a favor da redução da maioridade penal, enquanto 69% rejeitam a descriminalização das drogas. Embora a maioria ainda se oponha à legalização do aborto, houve uma redução nesse percentual de 79% em 2023 para 72% em 2024. Atualmente, 17% são favoráveis à mudança da legislação e 9% acreditam que “depende” das circunstâncias.
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Essa oscilação ocorre em meio ao debate sobre o chamado ‘PL Antiaborto’, que propõe equiparar ao crime de homicídio simples casos de aborto após 22 semanas de gestação, incluindo situações legais como após estupro. A proposta, apresentada pela bancada evangélica na Câmara, gerou protestos e críticas. A pesquisa indica que 58% dos brasileiros são contra a prisão de mulheres que abortam, refletindo a rejeição ao PL.
Apoio à adoção por casais gays e casamento homoafetivo
A pesquisa mostra que 53% dos brasileiros apoiam a adoção de crianças por casais gays, um índice estável em relação ao ano anterior. Esse apoio era de apenas 37% em 2018. Em contrapartida, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo divide a opinião pública: 45% são a favor, 45% contra, 4% dizem que “depende” e 6% não sabem ou não responderam. Em 2018, somente 38% eram favoráveis ao casamento gay, demonstrando uma evolução no apoio.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa “A Cara da Democracia” foi conduzida com 2.536 entrevistas presenciais em 188 cidades, abrangendo todas as regiões do Brasil. O estudo é financiado pelo CNPq, Capes e Fapemig e realizado pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), que reúne pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, com um índice de confiança de 95%.
*com informações de O Globo