Eula Pereira da Silva, de 37 anos, é a mulher que aparece em um vídeo que circulou nas redes sociais matando uma onça-parda enquanto estava de férias em Alto Longá, onde seus pais vivem. O caso aconteceu no dia 16 de dezembro do ano passado, mas o vídeo viralizou em janeiro de 2025.
Acompanhada pelo pai e pela irmã, que registrou as imagens, Eula disparou contra o felino, que estava no topo de uma árvore. Ela e o pai, Manoel Pereira da Silva, foram multados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 45 mil.
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O programa Fantástico, da Rede Globo, visitou o sítio com fiscais do Ibama, que afirmam que a onça não representava ameaça no momento do disparo.
“A tendência era que ela se evadisse, que ela fosse embora. Ela tem medo dos humanos, ela não atacaria os humanos”, explicou Adelques Monteiro, chefe de fiscalização ambiental do Ibama.
Manoel Pereira da Silva, agricultor e pai de Eula, alegou que a onça estava atacando seus animais.
“Nós tínhamos um rebanho grande aqui. Hoje eu não tenho 20 cabeças de bode”, afirmou.
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No entanto, segundo Monteiro, não há registros recentes de ataques de onças a humanos ou animais na região. Ainda que os responsáveis matassem o animal para se proteger, a ação é considerada crime.
A onça-parda, o segundo maior felino do Brasil, está em risco de extinção, e a caça de animais silvestres é proibida. Além da multa, Manoel e Eula tiveram a espingarda apreendida e responderão também por maus-tratos aos cães usados no ataque.
Manoel e sua esposa, Rosa Maria, dizem estar arrependidos e não imaginavam a repercussão do caso.
“Não sabíamos que era crime”, justificaram.
Diante da penalidade, Manoel afirmou não ter condições de arcar com o valor:
“Eu tenho quatro pessoas na minha casa, e nosso recurso é nosso salário”, disse.