Ofícios da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde, revelados hoje, dia 12, pelo site UOL apontam que o governo Jair Bolsonaro ignorou a situação do povo yanomami e cortou a alimentação doada aos indígenas. Os documentos foram enviados entre junho de 2021 e março de 2022 aos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Cidadania.
Os ofícios também informam que os indígenas foram retirados de distribuição de comida por meio do programa ADA (Ação de Distribuição de Alimentos a Grupos Populacionais Tradicionais). Os documentos são os seguintes:
- Ofício de 30 de junho de 2021 – Enviado ao Ministério da Justiça junto com relatório apontando “quadro de déficit nutricional” dos yanomamis. “Ressalta-se a importância da manutenção das ações de Distribuição de Alimentos”, diz.
- Ofício de 1° de fevereiro de 2022 – Endereçado ao Ministério da Justiça e ao Ministério da Cidadania alerta novamente para a desnutrição, “solicitando apoio na articulação com os ministérios para a distribuição de cestas de alimentos.” Cita que o povo yanomami foi retirado da ADA.
- Ofício de 23 de março de 2022 – Repete os termos do de 1° de fevereiro, alterando apenas a sugestão de data para debate do tema em reunião interministerial.
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Ainda no ofício de 1° de fevereiro, a Sesai afirma que houve retirada dos yanomamis do programa ADA e pede a sua reinclusão por ser “de extrema importância para segurança alimentar da população indígena”.
Atualmente, a Polícia Federal investiga suspeita de genocídio referente ao caso, mediante pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão apura se houve omissão de agentes públicos e atuação dos financiadores e facilitadores do garimpo ilegal na região.
À época dos ofícios, o ministro da Justiça era Anderson Torres, que atualmente se encontra preso em Brasília por suspeita de omissão e conivência com os atos de vandalismo e terrorismo em Brasília no dia 8 de janeiro.