A Polícia Federal atualizou na madrugada desta terça (16/4) informações sobre os mortos encontrados dentro de um barco de 13 metros achado à deriva por pescadores no Pará no último final de semana: De acordo com a PF, foram nove corpos encontrados no local, oito dentro da embarcação, e outro estava próximo a ela, e a PF crê se tratar do mesmo grupo.
O barco foi achado em uma área conhecida como Barra do Quatipuru, próxima à praia de Ajuruteua, em Bragança (PA), no sábado (13).
Documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam, de acordo com a perícia — iniciada na segunda-feira (15) em Bragança, que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali. Os agentes, porém, ainda não descartam a existência de vítimas de outras nacionalidades. A PF continua os trabalhos para identificar os corpos, no IML de Bragança.
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A Marinha afirmou que o barco foi encontrado sem motor, leme ou vela, ou seja, sem qualquer mecanismo de propulsão. Além disso, a embarcação parece ter sido feita de forma artesanal em fibra de vidro e não tinha sistema de controle e navegação.
O barco foi achado em canal que dá acesso ao Oceano Atlântico. Vando Gomes, coordenador do Laboratório de Hidráulica Ambiental da UFPA, foi ouvido pela imprensa e não descartou a hipótese de que o barco seja proveniente do continente africano:
“É viável que uma embarcação vinda da África tenha se perdido no oceano e, ao se aproximar da costa, as correntes a tenham empurrado aqui para a região Norte. Ela poderia ser direcionada principalmente nesse período de março e abril, quando os ventos estão muito fortes”.
Segundo a Marinha, o barco tinha dois acessos, um porão (onde também havia corpos) e não aparentava ter avarias no casco, o que praticamente descarta que ele tenha sofrido algum afundamento. De acordo com os pescadores que descobriram a embarcação, os corpos já estavam em estado de decomposição.
*Com informações de G1 e UOL