O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou hoje pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que ele deixasse a relatoria de inquérito sobre declaração falsa feita pelo presidente Jair Bolsonaro. O inquérito tem como alvo a fala do presidente numa de suas lives no final de 2021, quando ele relacionou a vacina contra Covid-19 com o risco de se contrair o HIV, o vírus da Aids.
A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, foi quem solicitou ontem que Moraes enviasse o caso para a relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, com a alegação de que o ministro já cuida de outros pedidos de investigação sobre o mesmo tema no Supremo. Foi esse pedido que foi recusado por Moraes.
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Além da recusa, Moraes também pediu à PGR se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal para indiciar o presidente por incitação ao crime.
A live na qual Bolsonaro fez essa declaração foi mais tarde retirada do ar no YouTube, Facebook e Instagram. No seu relatório enviado ao STF, a Polícia Federal escreveu que a conduta de Bolsonaro desencorajou as pessoas a tomar vacina, descumprindo normas sanitárias estabelecidas pelo próprio governo. A delegada responsável pelo caso pediu autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o ajudante de ordens, o militar Mauro Cid , que ajudou o presidente a produzir o material divulgado na live.