O síndico do prédio onde a estudante Livia Gabriele, de 19 anos, teve de ser socorrida após encontro no apartamento do jogador Dimas Cândido, da categoria sub-20 do Corinthians, afirmou que os enfermeiros do Samu deixaram a jovem cair no chão durante o resgate. Ela morreu após sofrer quatro paradas cardíacas e por apresentar um sangramento na região íntima no último dia 30/1.
Luís Latoreira, o síndico do prédio de Dimas, afirmou o seguinte ao site Metrópoles:
“O motorista precisava de um treinamento adequado, porque ele não teve a capacidade de estacionar a viatura no estacionamento do condomínio. Depois, não conseguiram levar a maca. Eles tiveram que descer carregando a menina em um lençol. No caminho, ainda deixaram ela cair no chão. Em vez de levar a maca até a porta do elevador, deixaram na ambulância, então tiveram que carregar ela no lençol do elevador até lá”.
A versão é reforçada pelo advogado do atleta. As imagens do circuito de segurança do condomínio, em Tatuapé, zona leste de São Paulo, foram encaminhadas à polícia.
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Tiago Lenoir, advogado de Dimas, alega que, além da suposta negligência, a demora para o atendimento agravou a situação da jovem. Segundo Lenoir, passaram-se cerca de 90 minutos entre o momento em que Dimas acionou o resgate por telefone e a entrada de Lívia no Pronto Socorro do Tatuapé.
“O que tem que ser verificado e avaliado é o tempo de resgate. É comum ficar 21 minutos um menino de 18 anos fazendo a ressuscitação dela? É assim que funciona? Os atendentes do Samu estão preparados para emergências ginecológicas? Pelo que conversei com especialistas, poderiam ter orientado ele mesmo a fazer o tamponamento do sangramento”.
“Tinha que entrar no estacionamento para ter acesso ao bloco. Mas a ambulância não passava ali pela altura. Além disso, não tinha ninguém para sinalizar a gente dentro do condomínio. Eu perguntei para um moço que ficava numa barraquinha onde ficava a torre 3. Não era tão longe a distância, uns 200 metros, mas a gente não sabia onde era”.
Relembre o caso
Lívia Gabrielle teve um corte profundo em suas regiões íntimas após ter relações com o jogador Dimas Cândido e morreu após ter quatro paradas cardiorrespiratórias. Segundo o atestado de óbito, a jovem teve uma “ruptura do saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”.
Saco de Douglas é o nome dado a uma região genital que fica na parte baixa do abdômen entre o útero e o reto.
Orientado pelo Samu, ele teria colocado Lívia de barriga pra cima e começou a massagear o peito dela até a chegada da ambulância. Foi quando notou o sangramento dela.
A Secretaria de Segurança Pública informou que “as investigações do caso estão em andamento na delegacia de defesa da mulher” e que foram realizados “exames necroscópicos, sexológicos e a coleta de materiais para exames toxicológicos”. O resultado desses laudos pode demorar até 30 dias para saírem.
*Com informações de Metrópoles