Foi preso em Caçapava, interior de São Paulo, no final da tarde de quinta, 14/12, o médico João Batista do Couto Neto, de 47 anos. Ele é suspeito de provocar a morte de 42 pacientes e lesões em outros 114 em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
Na última terça-feira (12/12), a Polícia Civil gaúcha indiciou o médico por homicídio doloso em três inquéritos, e a Justiça do Rio Grande do Sul decretou prisão preventiva dele. A investigação sobre as outras 39 mortes e 114 lesões segue em andamento.
Em dezembro de 2022, o médico foi alvo de uma operação policial, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que ele atuava em Novo Hamburgo e no apartamento em que vivia. A suspeita, na época, era o envolvimento na morte de cinco pacientes.
Alguns meses depois, em fevereiro de 2023, ele se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e começou a atender em hospitais do SUS na capital paulista.
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Seu último trabalho foi no Hospital Ipiranga, como plantonista: Ele era responsável por dez leitos da UTI do 4º andar. Couto Neto era proibido de adentrar o centro cirúrgico.
Pacientes e ex-colegas de trabalho relataram à polícia que João Batista do Couto realizava cirurgias em excesso e procedimentos desnecessários, além de dar diagnóstico falso de câncer raro.
Em novembro do ano passado, começaram as denúncias contra o médico: um grupo de 15 pessoas procurou a polícia para denunciar supostos erros médicos, com relatos que chegam a 2010. Ele é investigado também por ter realizado até 25 cirurgias num único plantão.
O delegado Tarcisio Lobato Kaltbach, que efetuou a prisão do médico, disse o seguinte sobre a conduta dele:
“Eram intervenções cirúrgicas totalmente desastrosas, que beiravam a crueldade e desumanidade”.
A defesa do médico disse que a prisão “pegou de surpresa” a equipe e vai entrar com habeas corpus para libertar o cliente.
*Com informações de Metrópoles e UOL