O casal de influenciadores Skarlete Mello e Erick Costa foi um dos alvos da operação deflagrada pela Polícia Civil do Maranhão, após relatos de pessoas que sofreram perdas financeiras e os ganhos obtidos pelos influenciadores em torno do “jogo do tigrinho”. Os dois foram presos na última sexta-feira (15/12).
Skarlete é apontada ainda como chefe de uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, a influenciadora deve usar tornozeleira eletrônica para monitoramento.
Outras duas pessoas foram presas em São Luís (MA) por envolvimento no caso.
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Mas, afinal, o que é o ‘jogo do tigrinho’?
Apesar de terem ganhado notoriedade na internet, principalmente após a divulgação pesada de alguns influenciadores digitais, os jogos de azar online acumulam diversos relatos de pessoas que sofreram perdas financeiras.
No Maranhão, o número de prejudicados e os ganhos obtidos por influenciadores levaram a Polícia Civil a realizar uma operação que investiga um esquema criminoso em torno do jogo “Fortune Tiger”, também conhecido como “jogo do tigrinho”.
O game de cassino online, do tipo caça-níquel, promete ganhos em dinheiro. Por ir contra a Lei de Contravenções Penais – que considera crime os jogos de azar em que o ganho ou a perda dependem da sorte – o jogo é considerado ilegal.
Na prática, o objetivo dele é que o jogador faça uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras que aparecem na tela.
Como o jogo não é desenvolvido pelas casas de apostas, ele pode aparecer em mais de um site, geralmente dentro de categorias como “cassino online”, o que é proibido no Brasil.
No Brasil, o “Fortune Tiger” ficou famoso principalmente devido à extensa campanha que incluiu muitos influenciadores digitais e jogadores que compartilham suas táticas para se dar bem.
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Outros jogos
O “jogo do tigrinho” não é o único que recebe reclamações de pessoas que ficaram no prejuízo. Na internet, é possível encontrar outros games que sugerem trazer grande retorno, mas, depois, frustram os usuários.
- Spaceman/Aviator/JetX (jogos crash): os jogos mostram uma espécie de gráfico com a alta do item do jogo (astronauta ou avião, por exemplo), o que representa o multiplicador da aposta. A ideia é retirar o dinheiro antes do “crash”, ou seja, o momento em que o jogo acaba e o usuário perde tudo;
- Mines: em um tabuleiro com 25 casas, o objetivo é descobrir onde estão as estrelas e fugir das bombas (ou minas). O jogador escolhe quanto vai apostar e qual será o nível de dificuldade em cada rodada.
As queixas encontradas no site Reclame Aqui costumam envolver o funcionamento incorreto do serviço. É o caso de uma jogadora de Camaçari (BA), que afirmou ter sido induzida a colocar mais créditos no Fortune OX em uma “fase extra”, em que o jogo garante um prêmio aos usuários.
O jogo Mines também foi alvo de uma reclamação de um jogador de Campinas (SP). Ele disse ter configurado o jogo para ter apenas 4 bombas em 25 espaços disponíveis e, mesmo assim, perdeu o jogo em 10 rodadas seguidas. “Parece que é programado para perder”, afirmou.
Congresso discute a regulamentação de apostas
Em Brasília, o Senado aprovou no dia 12 de dezembro, o projeto que regulamenta e tributa o mercado de apostas esportivas, as “bets”. No entanto, deixou de fora os jogos definidos como competições “cujo resultado é desconhecido no momento da aposta”. Isso fez com que jogos de azar saíssem do texto.
Desta forma, o projeto vai valer somente para apostas de “eventos reais” em que é definido, no momento da jogada, quanto o apostador pode ganhar se acertar o palpite. As bets, apesar de legais no país, ainda não são tributadas pelo governo.
A proposta, que foi alterada pelos senadores, retornará à Câmara para nova rodada de votação.