Um levantamento divulgado, nesta terça-feira (22), pelo Sindicato Nacional da Industria da Cerveja (Sindicerv) aponta que o setor de bebidas vai crescer 8% em relação a 2021 e chegará a comercialização de 15,4 bilhões de litros, consolidando o Brasil como o terceiro maior fabricante da bebida, atras apenas da China e Estados Unidos.
“A volta dos grandes eventos como a Copa do Mundo, festivais e a chegada do verão vai aquecer ainda mais a indústria da cerveja. Após a flexibilização imposta pela pandemia da Covid-19, a expectativa é que o consumo retorne com mais força em bares e restaurantes, local favorito dos brasileiros para consumo de cerveja”, explica o superintendente do Sindicerv, Luiz Nicolaewsky.
Antes da pandemia esse segmento, conhecido com on-trade,totalizava 62% do consumo da bebida, enquanto off-trade, pontos de venda como supermercados, hipermercados, mercearias, dentre outros que não são especializados em consumo de cerveja no próprio ambiente) girava em torno de 38%, segundo dados da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, encomendada pelo Sindicerv.
Enquanto o consumo de bebidas registra esse crescimento no consumo, impulsionado por eventos como a Copa do Mundo, lá no Catar, onde acontece a competição, as restrições ao consumo de bebidas alcoólicas segue como uma rotina.
Dois dias antes do início da Copa, o país proibiu o consumo de cervejas no entorno dos estádios e causou revolta entre os turistas que foram acompanhar os jogos de suas seleções. Nos locais que a venda e o consumo estão permitidos, a restrição vem de outra forma: econômica. Uma cerveja long neck, de 360ml, está custando o equivalente a R$ 84, valor considerado alto para o turista médio que está no Catar. No hotel da Seleção Brasileira, uma legítima caipirinha brazuca está custando R$ 103, um preço bem acima do razoável.
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Impacto empresarial
De acordo com especialistas, o impacto para as marcas envolvidas com o patrocínio da Copa já é certo. “Afeta bastante não pelo aspecto de vender menos cerveja, porque não é isso que vai fazer a diferença financeira para a marca. O que mais afeta é mudar a regra na véspera. Cria um problema de credibilidade seríssimo”, aponta Ivan Martinho, professor da ESPM no curso de Pós-Graduação/MBA de Marketing Esportivo.