A equipe médica do Exército considerou apto para trabalhar o cabo suspeito de envolvimento no furto das 21 metralhadoras. Na última sexta-feira (27), ele apresentou um laudo psiquiátrico para se ausentar do quartel.
Nesta segunda-feira (30), o militar passou por uma avaliação com médicos do Exército que não validaram o laudo apresentado pelo cabo e sua defesa. A equipe militar tinha a tarefa de homologar o atestado por uma clínica civil. Ele já cumpre expediente normalmente no Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo.
O militar trabalha como motorista do diretor do quartel e teria usado o carro oficial do Exército para fazer o transporte das armas.
Militares envolvidos
Após a perícia identificar impressões digitais de militares não autorizados na área restrita onde estava o armamento, o Exército fez o pedido de prisão preventiva de seis militares, ainda não decretada pela Justiça Militar.
Eles são da categoria inferior da hierarquia da Força, os chamados praças. São soldados, cabos e sargentos suspeitos de terem participado do furto de 21 metralhadoras. Os suspeitos já tiveram a quebra de sigilo autorizada pela Justiça.
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O objetivo é encontrar troca de mensagens e depósitos bancários que possam levar os investigadores ao passo a passo do crime, desde o planejamento até a receptação. Uma das hipóteses é que os militares foram cooptados por facções criminosas que atuam fora do quartel.
No âmbito administrativo, o Exército já prendeu disciplinarmente por até 20 dias 19 militares por falharem na fiscalização e controle das armas.
Entres os punidos, estão oficiais superiores, capitães, tenentes e um subtenente, que tinham responsabilidade na gerência, fiscalização e controle do armamento.
Investigação
O Inquérito Policial Militar (IPM) aponta que o furto das armas ocorreu no feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava muito movimentado pela saída de militares para o desfile do Dia da Independência.
A última conferência das metralhadoras havia ocorrido no dia 6 de setembro. O desaparecimento do arsenal, porém, só foi notado no dia 10 de outubro. O inquérito foi aberto no dia seguinte. O prazo para conclusão é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20.
A principal linha de investigação aponta que os suspeitos tinham profundo conhecimento do funcionamento do setor onde estavam guardadas as armas, o que possibilitou o planejamento do furto minuciosamente.
Os criminosos, segundo os investigadores, teriam desligado o quadro de energia de setor onde estavam as armas. Com isso, a bateria do alarme que dura até cinco horas descarregou. Câmeras de segurança também não funcionaram. A hipótese é que foi neste tempo que as armas teriam sido levadas do quartel. Depois do furto, a energia foi religada.
As polícias Civil e Federal têm colaborado com as investigações. Até agora, das 21 metralhadoras furtadas, 17 foram localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.