A polícia interditou uma fábrica, em Jundiaí, no interior de São Paulo, contratada pela Soldiers Nutrition, empresa de Yuri Silveira de Abreu e a esposa, Fabiula de Arruda Freire, autoproclamados “rei e rainha da creatina“, um dos suplementos alimentares mais utilizados no país.
A fábrica terceirizada não possuía licença para fazer suplementos alimentares. Segundo os policiais, o local não tinha “condições higiênicas e sanitárias satisfatórias”.
O Fantástico teve acesso a um grupo de mensagens em que líderes da Soldiers conversavam sobre um pote de creatina produzido pela empresa. O suplemento, que em sua forma original é em pó, estava empedrado, e nem marteladas quebravam o bloco. Nas conversas, o gerente de produção ironizou: “(o produto) é da China, né?”.
No mesmo grupo, os membros da empresa falaram de outras duas reclamações: um cliente alegou ter encontrado larva no pote de creatina; outro, fios do que parecia ser uma teia de aranha.
Clientes chegaram a dizer que teriam encontrado plástico na embalagem do Whey Protein, até um pedaço de borracha que parecia uma luva ou uma bexiga já foi encontrado.
Já foi alvo
A sede do grupo já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão em outubro. Agentes da vigilância sanitária apontaram irregularidades, como “produtos impróprios para venda e consumo” e a falta de “dispositivos de proteção contra a entrada de pragas”.
A Soldiers também é investigada por possíveis manobras financeiras, como fraudes fiscais para sonegar impostos e lavagem de dinheior. Segundo Yuri Silveira de Abreu, o faturamento da empresa chegou a R$ 150 milhões em 2023. Para 2024, a projeção, segundo ele, é de R$ 250 milhões.
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O que diz a defesa
Os advogados da Soldiers disseram que a “investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas“. Que os “produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia”, e que “não existe laudo que questione a qualidade dos seus suplementos“.
A defesa ainda afirma que “empresários, funcionários e colaboradores foram injustamente prejudicados pela investigação”. No caso das marteladas da creatina endurecida, a empresa aponta que os itens não foram comercializados.
*Com informações de Fantástico.