Um estudo publicado nesta quarta-feira (14/02) pela revista científica americana Nature alerta que a Amazônia pode atingir um ponto de não retorno até 2050, ou seja, a floresta está no início de colapso parcial ou total. O estudo foi elaborado por um grupo de 24 cientistas, sendo 14 brasileiros.
A estimativa dos pesquisadores é que, até a metade do século, um montante de 10% a 47% da floresta esteja exposto a ameaças consideradas graves que podem levar a transições no ecossistema. Aumento das temperaturas, secas extremas, o desmatamento e incêndios florestais podem ter impacto no clima, o que poderia levar a um colapso em larga escala.
Um dos líderes do estudo internacional, Bernardo Flores, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explicou:
“O ponto de não retorno é um ponto a partir do qual o sistema se retroalimenta numa aceleração de perda de florestas, e perdemos o controle”.
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Os cientistas afirmam que, nas últimas décadas, a Amazônia começou a enfrentar uma “pressão sem precedentes”, resultado de alterações climáticas e de uso do solo. Esses fatores estariam enfraquecendo a “resiliência” da floresta.
O artigo também lista os limites críticos que, se ultrapassados, poderiam fazer a Amazônia entrar em colapso:
- O aumento na temperatura média global acima de 1,5ºC
- Volume de chuvas abaixo de 1.800 mm
- Duração da estação seca superior a cinco meses
- Desmatamento superior a 10% da cobertura original da floresta, somada à falta de restauração de pelo menos 5% do bioma.
Uma eventual perda da Amazônia acenderia um “alerta vermelho” no clima mundial: a devastação da floresta implicaria na liberação de grandes quantidades de carbono que seriam emitidas na atmosfera, e isso pode acelerar o aquecimento do planeta. Haveria uma redução da umidade atmosférica, o que poderia ter consequências no regime de chuvas atingem desde as regiões próximas no continente até outras partes do mundo, como a Ásia e a Antártida.
*Com informações de CNN Brasil