Rita Lee foi uma força da natureza, uma artista como nenhuma outra. E uma cobra resgatada pela polícia federal foi batizada com o nome da artista. A motivação pela escolha inusitada, se deve a chegada da Víbora-de-Lábios-Brancos azul ao Museu Biológico do Instituto Butantan em 14 de junho de 2023, pouco mais de um mês após o falecimento da “rainha do rock”, que ocorreu em 8 de maio.
A Víbora-de-Lábios-Brancos azul foi resgatada pela Polícia Federal em 2023, quando estava sendo transportada pelo país com outras 59 cobras em um ônibus. O veículo havia saído de São Paulo e foi apreendido no interior da Bahia.
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A raridade da serpente foi um dos motivos dela ter sido batizada com o nome da Rita Lee:
“Essa serpente é a nossa ‘ovelha azul’, porque ela é muito diferente, assim como a Rita, que foi inovadora nas ideias, na música e na conservação do meio ambiente através de seus livros. Quisemos fazer essa homenagem pela influência tão importante dela na nossa cultura, especialmente para as mulheres, e para incentivar as meninas a se interessarem mais por ciência”, diz a pesquisadora e diretora do Museu Biológico do Butantan Erika Hingst-Zaher.
A cobra mede cerca de 65 centímetros, e geralmente vive no topo das árvores, e se alimenta de pequenos pássaros. Por isso, outros exemplares de víboras são geralmente esverdeados ou amarelados, e apenas a espécie Trimeresurus insularis, proveniente de poucas ilhas da Indonésia, tem a coloração azul-mar.
O veneno da serpente azul tem ação local. A picada causa necrose, mas não tem efeito neurotóxico, que afeta o sistema nervoso, como o veneno da cascavel. “O veneno dela é hemolítico, e por isso destrói as hemácias do sangue, causando hemorragias. É também proteolítico, que causa necrose do tecido, corroendo a pele. Este veneno pode ser cruel sim”, explica o pesquisador científico e diretor do laboratório de Biologia Estrutural, Carlos Jared.
*Com informações do Correio Brasiliense