O secretário da Receita Federal José Tostes Neto foi demitido pelo governo Jair Bolsonaro cerca de um mês após a apreensão das joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que se tornaram foco de controvérsia envolvendo a família do ex-presidente nos últimos dias. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
As joias teriam sido presentes da Arábia Saudita à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e foram encontradas na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Elas foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em 26 de outubro de 2022, por não terem sido declaradas. As joias podiam ter sido recebidas como presente oficial, mas teriam que ficar para o Estado, e não para a família Bolsonaro.
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Segundo foi apurado, Tostes foi demitido em 8 de dezembro, 41 dias de diferença. Durante esse período, o governo fez pelo menos 2 tentativas de liberação das joias.
O substituto de Tostes, Julio Cesar Vieira Gomes, ganhou um cargo em Paris um dia depois de enviar ofício tentando recuperar as joias.
Também havia uma insatisfação dos servidores para com a gestão de Tostes, o que pesou na sua demissão. Bolsonaro também estava sendo pressionado a indicar um nome de sua preferência para a corregedoria-geral da Receita, que na época investigava seu fllho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).
Tostes Neto também atuou como Superintendente da Receita Federal para a Região Norte, e na Suframa.
A PF abriu investigação do caso das joias.