O Tribunal do Júri de Ribeirão Preto condenou, na noite deste sábado (21), o técnico em informática Guilherme Raymo Longo a 40 anos de prisão pelo assassinato do seu enteado, o menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos. O caso ocorreu em novembro de 2013. A mãe do menino, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, foi absolvida.
O caso ocorreu em 2013, no interior paulista. O corpo de Joaquim foi encontrado em um rio, na cidade de Barretos, cinco dias após notificação de seu desaparecimento.
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O julgamento, quase dez anos após o crime, foi iniciado na segunda-feira (16), e encerrado após seis dias de depoimentos e debates com a leitura dos votos dos jurados, no Fórum de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O juiz José Roberto Liberal, que preside o júri popular, havia antecipado os interrogatórios dos réus – Natália e Guilherme – para a sexta-feira, reservando este sábado para os debates entre defesa e acusação.
Em seu depoimento, pela primeira vez, Natália acusou o ex-companheiro de ter matado a criança, que era diabético. Ele teria aplicado uma dose alta de insulina no menino e jogado o corpo em um córrego próximo à residência da família. Já Guilherme voltou a dizer que é inocente.
O júri, composto por cinco mulheres e dois homens, acatou a tese do Ministério Público, segundo a qual o padrasto teria aplicado doses excessivas de insulina em Joaquim, causando sua morte. O laudo dos legistas indicou que Joaquim estava morto antes de ser jogado no rio. No mesmo dia, Natália e Guilherme foram presos temporariamente. Na época, a polícia entendeu que só o casal teve acesso ao menino antes de ser morto.
No dia 10 de dezembro daquele ano, a mãe da criança obteve habeas corpus e foi libertada. Ela voltou a ser presa em janeiro de 2014, mas foi outra vez colocada em liberdade. Em fevereiro de 2016, foi a vez de Guilherme Longo ser solto para aguardar o julgamento em liberdade.
Em setembro do mesmo ano, ele fugiu e só foi preso em abril de 2017, por agentes da Interpol, em Barcelona, na Espanha. Ele foi visto em uma rua da cidade espanhola por um produtor de TV que o denunciou à polícia internacional. Extraditado em janeiro de 2018, ele voltou para a prisão, em Tremembé.
O MP havia pedido a condenação de Longo por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Longo está detido na Penitenciária de Tremembé. Com a condenação, ele deve continuar preso, dando sequência ao cumprimento da pena. Natália Ponte já respondia ao processo em liberdade. Com a absolvição ela deixa de ter restrições à sua condição de pessoa livre.