As caixas-pretas do avião comercial da Azerbaijan Airlines, da Embraer, que caiu no Cazaquistão na última quarta-feira (25/12), supostamente abatido por uma linha de defesa antiaérea da Rússia, será enviada ao Brasil para análise da Força Aérea Brasileira (FAB).
O material será analisado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que é ligado à FAB.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou que o avião da Azerbaijan Airlines foi atingido por “disparos” provenientes do território russo e acusou Moscou de querer esconder as causas da tragédia. Os depoimentos dos 29 sobreviventes do incidente e as imagens da cauda do avião, cheia de perfurações, apoiam essa hipótese.
“Assim que as gravações de voo forem examinadas e informações mais detalhadas forem obtidas, será publicada uma informação completa sobre o que ocorreu”, prometeu Ilham Aliyev.
Segundo as autoridades cazaques, 17 especialistas de várias nacionalidades estão participando da investigação, incluindo dois russos e vários brasileiros. A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) também participará das investigações.
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Putin pediu desculpas
Segundo um comunicado do Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, se desculpou recentemente, com Ilham Aliyev pelo “trágico acidente”, que deixou 38 mortos.
No entanto, Putin não mencionou a possibilidade de que o sistema de defesa antiaérea russo tenha atingido a aeronave, uma hipótese apontada por especialistas dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. O presidente russo também afirmou que a região estava sob ataque de drones ucranianos.
De acordo com Aliyev, o avião, um Embraer 190, foi “danificado externamente em território russo, perto da cidade de Grozny”, capital da Chechênia, para onde se dirigia, vindo de Baku.
O presidente azerbaijano apontou a “culpa” da Rússia, embora insistisse que “o avião foi atingido acidentalmente”.
*Com informações de Estadão