A BBC divulgou nesta terça-feira (3/12) sua lista de 100 mulheres inspiradoras e influentes ao redor do mundo em 2024. A lista reconhece o impacto que este ano teve sobre as mulheres, celebrando aquelas que — por meio de sua resiliência — estão lutando por mudanças, seja a nível local ou global, à medida que o mundo muda ao seu redor.
Entre as reconhecidas, na edição de 2024, estão Nadia Murad, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, da ativista Gisèle Pelicot, sobrevivente de estupro, e da atriz Sharon Stone.
A lista ainda destaca três brasileiras que influenciam em suas áreas de atuação: a ginasta Rebeca Andrade, a ativista pelos direitos das prostitutas Lourdes Barreto e a bióloga Silvana Santos.
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Rebeca Andrade
A medalhista olímpica Rebeca Andrade faz dela a maior ginasta da história olímpica brasileira, que também tem nove títulos mundiais. Nos Jogos de Paris 2024, ela ganhou o ouro no solo, superando a ginasta mais condecorada do mundo, a americana Simone Biles.
Filha de mãe solo, Rebeca tem sete irmãos. Até os 10 anos, ela ia a pé da sua comunidade nos arredores de São Paulo para as sessões de treino, enquanto sua mãe fazia faxina para pagar por seu treinamento.
Sua ascensão a fez superar muitas lesões graves — e ela falou abertamente sobre priorizar a saúde mental.
Lourdes Barreto
Principal força por trás de muitas campanhas, Lourdes Barreto passou a vida defendendo melhores direitos para as profissionais do sexo no Brasil.
Ela iniciou seu ativismo em Belém do Pará, na região amazônica, e cofundou a Rede Brasileira de Prostitutas na década de 1980 — um dos primeiros movimentos organizados de profissionais do sexo na América Latina.
Barreto, que agora está na casa dos 80 anos, vem desafiando o preconceito há décadas.
Ela foi fundamental no estabelecimento de políticas de prevenção do HIV, no país — e fez campanha para evitar a disseminação do vírus entre as comunidades garimpeiras. Em 2023, ela publicou sua autobiografia.
Silvana Santos
A bióloga Silvana Santos atribui sua descoberta pioneira no campo da genética inteiramente ao acaso — ela conheceu uma família com uma doença desconhecida na própria rua onde morava.
Isso deu origem à pesquisa que a levou a identificar a síndrome de Spoan (acrônimo em inglês para “paraplegia espástica, atrofia óptica e neuropatia”) no nordeste do Brasil, uma doença neurodegenerativa genética rara que causa paralisia progressiva.
Ela estuda a ocorrência de doenças genéticas raras e sua relação com casamentos entre pessoas com parentesco próximo em áreas pobres do Brasil rural.