O delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil no RS, informou na manhã desta quinta (13/2) que Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele estava presa sob suspeita de matar três pessoas com um bolo envenenado com arsênio em Torres, no Litoral, e também pela morte do sogro, que ocorreu em setembro de 2024.
Segundo informações da polícia, ela teria se matado. Em nota, a Polícia Penal divulgou que ela foi encontrada “sem sinais vitais” durante conferência matinal na penitenciária.
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado para ajudar a detenta, a morte ocorreu “por asfixia mecânica autoinfligida”.
Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Deise havia sido presa em 5 de janeiro e estava no Presídio Estadual Feminino de Torres. No entanto, foi transferida para Guaíba no dia 6 de fevereiro por questões segurança.
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Relembre o caso do bolo envenenado
As intoxicações aconteceram na véspera de Natal (24/12). O bolo foi servido durante a confraternização da família. Ao todo, sete pessoas passaram mal. De acordo com testemunhas, Zeli dos Anjos, a sogra de Deise e principal alvo do envenenamento, teria comido a maior quantidade, duas fatias do bolo. Por isso, ela apresentou a maior quantidade de veneno no sangue.
Foi Zeli quem preparou o bolo e viajou de Arroio do Sal para Torres para a confraternização. A fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo.
Três mulheres da mesma família morreram no intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”. Já Zeli recebeu alta após vários dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
Uma perícia feita no celular de Deise constatou que ela pesquisou pela internet em lojas virtuais, em 18 de novembro, por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Termos parecidos, relacionados a “arsênio”, foram pesquisados por ela por cerca de 100 vezes. Em seu depoimento à polícia, ela confirmou que fez as pesquisas.
Em seu depoimento, Deise também admitiu que tinha uma relação conflituosa com a sogra, mas negou ter cometido o crime.
Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. Ele foi marido de Zeli.
A polícia exumou o corpo dele, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. Ele morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
*Com informações de G1