A barbárie que torcedores do Palmeiras cometeram neste domingo (27/10) contra cruzeirenses, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, sugere que possa ser uma vingança, semelhante ao atacante que palmeirenses sofreram em 2022 por torcedores do Cruzeiro.
Na época, a briga entre os torcedores do Cruzeiro e do Palmeiras aconteceu na altura do km 593 da mesma rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais. Nas redes sociais era possível imagens de palmeirenses armados com paus e barras de ferro. Rojões também foram usados no confronto. Alguns envolvidos na confusão apareceram ensanguentados.
Em maior número, os torcedores do Cruzeiro espancaram diversos membros da torcida do Palmeiras, entre eles Jorge Luis, atual presidente da Mancha Verde (foto abaixo).
Os palmeirenses estavam indo para Belo Horizonte, onde o Verdão jogaria contra o Atlético-MG pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cruzeirenses se deslocavam para Campinas, onde a equipe tem jogo contra a Ponte Preta pela 32ª rodada da série B.
Emboscada recente
Neste domingo (27/10), no km 65 da Rodovia Fernão Dias, no centro de Mairiporã, membros da Mancha Alviverde, torcida do Palmeiras, fizeram uma emboscada contracruzeirenses. Durante o ataque, um homem foi morto carbonizado e 17 ficaram feridos.
Em um dos vídeos do ataque, é possível ouvir um homem falando “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**”, fazendo referência à torcida organizada. Veja o vídeo abaixo:
ATENÇÃO: IMAGEM FORTE
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para a ocorrência e, no local, encontraram um ônibus incendiado e outro depredado. Foram apreendidos rojões, fogos de artifício, barras de ferro e madeiras, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Saiba mais:
Com a aproximação das equipes da PRF e da Polícia Militar de São Paulo, os agressores envolvidos fugiram pelas vias locais. Os torcedores mineiros voltavam de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) com o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.
Três das vítimas foram deslocadas para um hospital de Franco da Rocha e outras 14 foram levadas para o hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. José Victor Miranda, de 30 anos, foi levado para o mesmo hospital, mas não resistiu e morreu durante o atendimento médico, após ser carbonizado pelos palmeirenses. A vítima baleada na barriga não corre risco de morrer, de acordo com a PRF.
Ao todo, 120 torcedores se envolveram na briga. Nenhum palmeirense foi identificado ou preso.
Investigações
Os membros da Mancha Alviverde (antiga Mancha Verde) serão investigados pela Polícia Civil. Eles vão responder criminalmente por homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.
Além do cruzeirense que foi morto carbonizado, 17 torcedores ficaram feridos, sendo 7 com traumatismo craniano e 1 baleado. Catorze deles foram encaminhados para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, e outros três para um hospital de Franco da Rocha.
Segundo a SSP, a polícia apreendeu imagens de monitoramento e solicitou exames de IML às vítimas para realizar as investigações. A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) para identificação e responsabilização dos envolvidos, diz a nota.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também vai investigar a torcida organizada do Palmeiras, como facção criminosa.
*com informações do Metrópoles