Os corpos de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram velados na manhã deste domingo (12/1), em Tremembé, no interior de São Paulo. Os dois eram moradores do assentamento Olga Benário do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e foram assassinados a tiros durante um ataque que ocorreu no local na sexta-feira (10).
Além deles, outras seis pessoas ficaram feridas, incluindo uma em estado grave por ter sido atingida por tiro na cabeça.
A Polícia Civil e a Polícia Federal estão investigando o ocorrido. Um suspeito de chefiar o ataque ao assentamento foi preso no sábado (11).
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Em entrevista coletiva, Marcos Ricardo Parra, o delegado seccional de Taubaté, informou que o homem preso tem 41 anos e é apontado como a pessoa que chefiou o ataque. No boletim de ocorrência, o suspeito foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido na região pelo apelido “Nero do piseiro”.
Segundo o delegado, os criminosos não cobriram os rostos no momento do ataque e Antônio foi reconhecido por testemunhas. Ele teria confessado a participação no crime e indicado outros comparsas. Ainda não se sabe quantos teriam participado.
O delegado alega que o motivo do ataque ainda é investigado, mas que tem relação com uma disputa por um lote do assentamento do MST. Ele declarou:
“A motivação foi o problema interno de pessoas do próprio assentamento, entre elas, ou seja, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”.
A repercussão
O policiamento na área do assentamento foi reforçado pela Polícia Militar. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania informou que vai ampliar o programa de proteção que realiza.
Segundo o MST, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou no sábado (11) para a Direção Nacional do MST e afirmou que a Presidência da República acompanhará de perto as investigações e que pretende visitar o local assim que tiver condições de viajar de avião.
Com informações de G1.