A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nova resolução na sexta (22/11) na qual libera a fabricação, venda e uso de implantes hormonais de forma generalizada. Porém, a proibição para fins estéticos continua mantida, mas permitida desde que a prescrição seja feita dentro de tratamentos médicos.
Com a atualização, os implantes podem voltar a ser indicados desde que haja uma razão médica como, por exemplo, a reposição hormonal de homens e mulheres.
Os implantes hormonais são dispositivos de silicone, do tamanho de palitos de fósforo, que são introduzidos no corpo dos pacientes. O mecanismo libera hormônios no organismo ao longo de meses. A proibição dos implantes havia sido estabelecida pela Anvisa em 18 de outubro, devido aos riscos relacionados a doenças cardiovasculares e tromboembolismo.
Desde o ano passado, a agência recebeu denúncias de entidades médicas, entre elas a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), sobre o crescimento do atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diversos hormônios. Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia proibido o uso dos esteroides com fins estéticos, conhecido popularmente como “chip de beleza”.
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No entanto, médicos contrários à decisão argumentaram que a suspensão generalizada não era o caminho adequado. Eles alegaram prejuízos a pacientes que se beneficiavam dos implantes hormonais.
A nova resolução reforça a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos com finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo. Ela também proíbe a propaganda de implantes hormonais manipulados. Ações de fiscalização estão previstas para quaisquer pessoas físicas ou jurídicas e veículos de comunicação que comercializarem ou divulgarem esses produtos.
Sobre a nova resolução, o ginecologista Igor Padovesi, especialista em menopausa e membro da International Menopause Society (IMS), afirmou:
“A revogação reitera o que nós especialistas sempre defendemos: o uso dos implantes hormonais é exceção. É para alguns pacientes selecionados que preferem, escolhem ou precisam dessa via de tratamento”.
*Com informações do Metrópoles.