O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou que deseja duplicar o número de ocupações de terra até o fim do mês de abril. O objetivo é ultrapassar 50 ocupações de terra, a fim de provocar o governo federal para acelerar a reforma agrária no país.
Segundo o balanço do grupo, até sexta (19/4), havia 26 ocupações de terra pelo país e cinco novos acampamentos instalados, com ações por 18 estados e o Distrito Federal. No domingo (21/4), houve mais outra ocupação, dessa vez no município de Miguel Leão (PI).
As atividades fazem parte de uma série que ocorre durante o chamado Abril Vermelho – mês em que o movimento relembra o assassinato de 21 trabalhadores rurais, em 17 de abril de 1996, em Eldorado do Carajás, no sul do Pará. Em comunicado oficial publicado na segunda-feira (15/4), o MST destacou que as ações visam “cobrar a realização da reforma agrária, em memória aos 28 anos das mortes dos mártires de Eldorado do Carajás e celebra os 40 anos de lutas do MST”.
Leia mais:
Em meio ao movimento “abril vermelho”, governo lança medidas para evitar invasões do MST
Câmara realiza sessão de homenagem aos 40 anos do MST; oposição protesta
Um líder do movimento, entrevistado pelo site Metrópoles, disse que a intenção é pressionar o governo Lula (PT) para que haja mais “agilidade” na recomposição orçamentária de órgãos que têm como uma das obrigações tocar a reforma agrária e o desenvolvimento rural no campo. Ele disse:
“O que a gente cobra é que o governo, de fato, recomponha o orçamento dessas autarquias, do ponto de vista da obtenção de terra, do ponto de vista do desenvolvimento dos nossos assentamentos, de novos quadros, e da recomposição salarial dos servidores para que eles tenham condição de trabalhar”.
O MST estaria insatisfeito com a quantidade de assentamentos promovidos até o momento pelo terceiro governo Lula. Em 2023, o governo federal assentou 50,6 mil famílias no Programa Nacional de Reforma Agrária, enquanto no ano anterior o número foi de 7 mil famílias. Para o grupo, o número ainda é pequeno porque mais de 70 mil famílias ligadas ao movimento sem-terra estariam “em condição de acampamento”, o que deve ser resolvido urgentemente.
*Com informações de Metrópoles