O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (17/4) que a inteligência do país possui evidências de que a China estaria colaborando com a Rússia na guerra, fornecendo armamentos. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em Kiev.
“Temos informações de que representantes chineses estão envolvidos na produção de armamentos no território russo”, afirmou Zelensky.
O presidente, no entanto, não detalhou se se referia a sistemas de artilharia completos ou apenas aos projéteis.
A denúncia tem potencial para agravar ainda mais a já delicada relação entre Ucrânia e China. Nos últimos meses, Pequim vinha tentando manter uma postura de neutralidade diante do conflito, que já se arrasta há mais de três anos. Entretanto, a recente captura de cidadãos chineses que estariam combatendo ao lado das forças russas contribuiu para o aumento das tensões diplomáticas.
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Desde o início da guerra, a Ucrânia tem feito apelos para que a China utilize sua influência sobre Moscou e ajude a mediar um caminho para a paz. A nova acusação, porém, pode afastar ainda mais as possibilidades de cooperação entre Kiev e Pequim.
Durante a coletiva, Zelensky também comentou a possibilidade de avanço nas negociações com os Estados Unidos sobre um acordo de cooperação envolvendo minerais estratégicos. Segundo ele, um memorando de intenções pode ser assinado ainda nesta quinta-feira.
A negociação inclui a proposta norte-americana de participação nos lucros obtidos com a exploração de recursos minerais críticos ucranianos — uma espécie de compensação pelo apoio militar prestado a Kiev desde o início da guerra. A iniciativa tem sido defendida por aliados do presidente dos EUA Donald Trump, que pressiona por contrapartidas à ajuda concedida.
A guerra na Ucrânia teve início com a invasão em larga escala das tropas russas em fevereiro de 2022 e, desde então, tem provocado milhares de mortes, destruição e uma grave crise humanitária na região.
*Com informações da CNN Brasil.