O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi declarado “persona non grata” em Israel nesta quarta-feira (2/10), e está proibido de pisar no país. A medida foi tomada após fala de Guterres na sede das Nações Unidas, onde ele criticou a escalada do conflito no Oriente Médio, agora envolvendo Israel e o Irã.
Guterres condenou o Irã pelos ataques a Israel. Segundo ele, os mísseis “não ajudam a causa palestina”. Mas ele também denunciou Israel, e os grupos Hamas e Hezbollah, além de acusar Israel de roubo de terras e de estar agindo para impossibilitar a criação de um estado palestino. Guterres disse:
“Os eventos mostram que é hora de um cessar-fogo, liberar reféns em Gaza e a criação de dois estados”.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse em comunicado que o representante da ONU não “condenou de forma inequívoca” o ataque de mísseis do Irã contra o território israelense de terça-feira (2). Ele afirmou:
“Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos”.
Em fevereiro, Israel também declarou o presidente brasileiro Lula como persona non grata no país, pelas suas falas criticando as ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
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Enquanto isso, Israel e os Estados Unidos, seu aliado, ameaçaram responder ao ataque lançado na terça-feira pelo Irã, que disparou cerca de 200 mísseis contra território israelense para vingar o assassinato dos líderes do movimento libanês Hezbollah e do Hamas palestino. Netanyahu descreveu o ataque iraniano como um “erro grave” e garantiu que Teerã “pagará” o preço da agressão que, segundo ele, buscou “matar milhares” de civis. “Quem nos ataca, nós atacamos de volta”, alertou.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior iraniano, general Mohamad Baqeri, alertou que o Irã atacaria “com maior intensidade” e bombardearia “todas as infraestruturas” de Israel se fosse atacado em retaliação. O bombardeio iraniano deixou duas pessoas levemente feridas em Israel, segundo os serviços de emergência, e matou um palestino na Cisjordânia ocupada, segundo uma autoridade palestina.