Os Estados Unidos e a Rússia concordaram com quatro princípios após a reunião sobre paz na Ucrânia, que durou mais de quatro horas, na Arábia Saudita, afirmou o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nesta terça-feira (18/2).
São eles:
- “Para restabelecer a funcionalidade de nossas missões em Washington e Moscou e continuar a avançar por esse caminho, precisamos ter instalações diplomáticas que estejam operando e funcionando normalmente”;
- “Os EUA nomearão uma equipe de alto nível para negociar e trabalhar até o fim do conflito na Ucrânia de uma forma que seja duradoura e aceitável para todas as partes envolvidas”;
- “Começar a discutir, pensar e examinar a cooperação geopolítica e econômica que poderia resultar do fim do conflito entre os países”;
- “Os cinco, que participaram da reunião, continuarão engajados neste processo para garantir que ele esteja avançando de forma produtiva”.
As cinco pessoas às quais Rubio se referiu foram ele mesmo, o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz, o Enviado Especial Steve Witkoff, bem como o Ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov e o assessor presidencial Yuri Ushakov.
A reunião não contou com representantes do governo ucraniano.
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Ucrânia na OTAN é inaceitável para Rússia
Ainda nesta terça, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que seu país insiste que a Otan renuncie à promessa feita em 2008 de um dia conceder à Ucrânia adesão à aliança militar liderada pelos Estados Unidos e que o país concorde com a neutralidade.
A adesão da Ucrânia à aliança é inaceitável para a Rússia, mas uma simples recusa em deixá-la entrar também é insuficiente para Moscou, pontuou a porta-voz. Zakharova declarou:
“Vale ressaltar que a recusa em aceitar Kiev na Otan não é suficiente agora. A aliança precisa rejeitar as promessas de Bucareste de 2008”.
Zakharova disse que a Ucrânia precisa retornar à posição de sua declaração de soberania de 1990 da União Soviética, na qual Kiev afirmou que se tornaria um Estado permanentemente neutro, não participaria de blocos militares e permaneceria livre de armas nucleares.
Em uma reunião de cúpula em Bucareste, em abril de 2008, a Otan declarou que tanto a Ucrânia quanto a Geórgia se uniriam à aliança de defesa, mas não lhes deu nenhum cronograma ou plano de como chegar lá.
A Rússia sempre citou a ampliação pós-soviética da Otan e, especificamente, as ambições de Kiev na Otan, como motivo para a guerra na Ucrânia.
*Com informações de CNN Brasil