Ronin, um rato gigante africano, estabeleceu um recorde mundial para maior número de minas terrestres detectadas por esse tipo de animal. Entre agosto de 2021 e fevereiro de 2025, Ronin descobriu 109 minas terrestres e 15 outras peças de munições não detonadas em uma região perto de Siem Reap, no Camboja, segundo o Guinness World Records.
Ronin tem cinco anos de idade e é um dos mais de 100 ratos treinados pela APOPO, organização sem fins lucrativos de detecção de minas terrestres, para detectar o cheiro de produtos químicos explosivos e apontar as minas para seus manipuladores.
Ele nasceu na Tanzânia, é muito maior do que um rato de estimação comum. Ele tem mais de 60 cm de comprimento — quase o comprimento de um gato — e pesa 1,2 kg, de acordo com a APOPO.
A equipe belga de farejadores de minas terrestres, onde Ronin atua, pode vasculhar uma área do tamanho de uma quadra de tênis em 30 minutos — algo que levaria até quatro dias para um desminador com detector de metais.
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Minas terrestres e zonas de conflito
Essas armas explosivas, escondidas no chão, são projetadas para ferir ou matar qualquer um que passe por cima delas. Somente no Camboja, elas causaram mais de 65 mil mortes e ferimentos desde a queda do regime brutal do Khmer Vermelho em 1979, segundo o Landmine and Cluster Munition Monitor.
Em 2023, as minas terrestres causaram 5.757 vítimas globalmente — 37% das quais envolveram crianças, segundo o Landmine Monitor de 2024.
Aí entram os ratos: a alta inteligência, velocidade e olfato aguçado desses animais os tornam adeptos da identificação de explosivos. Eles também são leves demais para acionar as minas.
A província de Preah Vihear, no Camboja, onde Ronin foi destacado, tem uma das maiores densidades de minas terrestres do mundo após décadas de conflito no século XX, incluindo bombardeios pesados dos EUA durante a Guerra do Vietnã.
Ronin bateu o recorde mundial de Magawa, outro camundongo treinado pela APOPO que identificou 71 minas terrestres e 38 peças de munições não detonadas durante seus cinco anos de serviço. Magawa faleceu em paz em janeiro de 2022.
Apesar de anos de esforços de desminagem, a APOPO estima que ainda haja cerca de 4 a 6 milhões de minas terrestres não detonadas no Camboja.
*Com informações de CNN Brasil.