Em entrevista por telefone hoje à agência Reuters, o porta-voz do governo russo Dmitri Peskov revelou pela primeira as condições que o presidente Vladimir Putin apresentou à Ucrânia para acabar com a guerra sobre o país que já dura 12 dias.
Peskov afirmou que a operação militar russa sobre a Ucrânia “acaba num instante” se os ucranianos se renderem, se o país mudar sua Constituição para garantir que nunca entrará na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou na União Europeia, e se reconhecer a região da Crimeia como russa e as repúblicas separatistas do Donbass como independentes.
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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já tinha afirmado que não irá se render. Enquanto isso, a ofensiva russa parece tentar estabelecer uma ponte terrestre entre o Donbass e a Crimeia. Se a cidade de Mariupol, objeto da discussão sobre os corredores humanitários, cair, a Rússia conseguirá criar essa ligação. A Crimeia foi tomada pelos russos em 2014 e Donbass, baseada nas províncias de Donetsk e Lugansk, já foram reconhecidas pela Rússia três dias antes do começo da guerra.
Enquanto novas reuniões diplomáticas estão marcadas para esta semana para tentar pôr fim à guerra, a Europa já recebeu mais de 1,7 milhão de refugiados ucranianos.